Santa Catarina abriu investigações neste ano sobre ao menos 43 casos suspeitos de assédios cometidos por professores contra crianças e adolescentes em escolas estaduais. As ocorrências envolvem de comentários e toques inapropriados contra às alunas até a ida de servidores com estudantes da educação básica para motéis.
Os casos foram identificados pelo NSC Total a partir de portarias publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) nas quais a Secretaria de Estado da Educação (SED-SC) nomeia, para cada um deles, uma comissão de processo administrativo disciplinar.
As suspeitas de assédio ocorreram em todas as regiões catarinenses. Ao menos 12 cidades reuniram 14 deles. As portarias do DOE citam também outros 18 municípios catarinenses onde atuam os servidores nomeados para as comissões investigativas, e não necessariamente onde as situações ocorreram. Há um caso de Bombinhas, por exemplo, que tem processo disciplinar sediado em Itajaí.
Perfil dos assédios
A maior parte dos assédios tem homens como suspeitos: foram ao menos 38 situações assim (88%). Mulheres teriam cometido ao menos outros quatro casos. Mais da metade deles (23) envolveram professores admitidos em caráter temporário (ACTs).
Já as vítimas mais comuns são meninas: 34 das situações de assédio (79%) foram especificamente contra elas. Meninos foram vitimados em outras três ocasiões. Já seis episódios envolveram alunos em geral.
Ao longo deste ano, o primeiro episódio suspeito aparece em portaria do DOE de 25 de janeiro. O mais recente é de 19 de setembro. Considerado esse intervalo de tempo, o Estado precisou abrir cinco processos administrativos deste tipo por mês.