Alan Lewkowicz*
Há um ditado clichê que diz que todo brasileiro é apaixonado por carro. Pode ser mesmo que seja verdade. Porém, observa-se que em tempos atuais, o mais adequado seria estender essa paixão para carros, no plural. Nessa onda de pegar, mas não se apegar, surgiram os carros por assinatura, modalidade que vem ganhando a preferência de muitos brasileiros que não possuem, necessariamente, aquele sentimento de posse por um carro.
A pandemia trouxe reflexos ruins para o mercado automobilístico, ficando comprometida a produção de novos automóveis, já que não haviam insumos necessários para produção de peças, o que gerou ociosidade nas fábricas. Esse cenário, porém, teve como consequência a valorização dos carros usados, visto que este é um reflexo da oferta x demanda.
Devido ao isolamento social e demais restrições, o mundo atravessou um período crítico, onde muitos trabalhadores perderam seus empregos – principalmente no Brasil. Um estudo realizado com dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), com dados obtidos pelo IBGE, revela que 3,3 milhões de brasileiros ficaram desempregados no período comparativo de um ano – abril de 2020 a abril de 2021.
Diante de incertezas econômicas que assolam o país, a modalidade de carro por assinatura vem ganhando o gosto do brasileiro, não exatamente no quesito economia – visto que é fundamental colocar tudo na ponta do lápis – mas no que refere a compra do bem. Sabe-se que a parte boa de comprar um automóvel é no momento em que você pega a chave, mas a questão burocrática como emplacamento, licenciamento, IPVA, seguro e revisões periódicas obrigatoriamente vem de carona, aumentando, assim, o comprometimento financeiro com a aquisição de um carro.
Por outro lado, nesse formato de assinar um automóvel, o cliente paga uma mensalidade à locadora, e todos os gastos com manutenção, impostos e taxas ficam por conta deles. Esse modelo de aquisição cada dia mais é bem visto por uma demanda de motoristas que não abrem mão do conforto de dirigir um carro, mas que não faz questão de tê-lo pra si, dando mais importância a despreocupação com as burocracias que ter a propriedade de um veículo exige.
Contudo, é preciso ficar atento na hora de negociar. As locadoras costumam fazer contratos que variam entre 12 a 72 meses. Normalmente, quanto mais tempo de locação, menor fica a parcela fica. É imprescindível tirar dúvidas quanto ao que é coberto – se há algum tipo de seguro, troca de pneus, desgaste natural de peças e manutenções periódicas. Além disso, o limite de quilometragem também figura nesses contratos, devendo o cliente saber em média quanto roda para não ser cobrado a mais, eventualmente.
Porque assinar e não alugar?
Em ambas alternativas, o locatário paga uma mensalidade fixa para utilizar um carro. Na opção de assinatura, a oferta de automóveis é 0km, e o período costuma ser longo. No caso de aluguel, funciona com períodos mais curtos de contrato e, na maioria das vezes, são carros usados.
Dessa forma, a assinatura é uma boa opção para o motorista que deseja ficar com um carro por um prazo maior, sem esquentar a cabeça com a parte burocrática da compra.
O setor automobilístico dispõe de vários modelos, dos básicos aos luxuosos, dando ampla opção de escolha ao cliente, que deve avaliar todos os parâmetros. Talvez, uma nova geração de motoristas preze pela privacidade e conforto em dirigir um carro, com o livre sentimento de desapego por ele.
*Alan Lewkowicz é formado em Administração de Empresas pela ESPM e trabalha há mais de 17 anos no mercado automotivo. Foi diretor de operações do Grupo Aba, sócio/conselheiro da Maestro Frotas, e sócio fundador da startup ComparaCAR, portal que reúne o maior estoque de ofertas de carro para compra ou assinatura consolidadas dos maiores portais de busca como WebMotors, Mercado Livre, ICarros além de locadoras e fabricantes que oferecem o serviço de assinatura. comparacar.com.br