07/11/2022 às 18h25min - Atualizada em 14/11/2022 às 00h02min

Reflexões para um Brasil que está envelhecendo

 A Psicóloga e especialista em cuidados com idosos Eliete Cury destaca alguns pontos para enfrentar o preconceito enraizado do envelhecimento.

SALA DA NOTÍCIA Lu Pimentel
Lu Pimentel Comunicação
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5 reflexões para um Brasil que está envelhecendo
 A Psicóloga e especialista em cuidados com idosos Eliete Cury destaca alguns pontos para enfrentar o preconceito enraizado do envelhecimento.

 
O Brasil e o mundo estão envelhecendo e isso é um fato. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos vai duplicar no planeta. Os dados do Ministério da Saúde reafirmam que o Brasil segue na mesma linha, uma vez que, em 2030, o número estimado de idosos ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.
 
Diante deste cenário, falar sobre envelhecimento é um chamado para repensar o tema de forma individual e coletiva. Por este motivo, a psicóloga Eliete Cury, especialista em cuidados com idosos e fundadora do curso "Cuidadores em Casa", destaca  5 pontos para reflexão: 
 
●      Como você encara o envelhecimento? A forma com que encaramos o envelhecimento nos pauta no traquejo com os idosos e também na forma que pensaremos no próprio processo de envelhecimento. Envelhecer não é sinônimo de perda, como é encarado por muitos. A preparação física e psicológica para a terceira idade começa na juventude e encarar o passar do tempo de forma positiva é um caminho para enxergar o idoso com admiração e não como um estorvo.
 
●      Idoso não é criança: infelizmente, depois de certa idade as pessoas tendem a infantilizar a pessoa idosa, o que é bastante prejudicial para a qualidade de vida e autoestima. Dica: evite falar com idosos no diminutivo e tratá-los como crianças, afinal o dia a dia deles pode exigir uma atenção redobrada, mas isso não dá o direito de tratá-los de forma infantilizada
 
●      Exclusão da vida social: outra situação bastante comum com os idosos é a exclusão do meio social e esse movimento se inicia dentro do ambiente familiar. Primeiro há uma impaciência com as limitações e, de forma natural, começa-se a não considerar a presença do idoso nas reuniões familiares e, consequentemente, a pessoa tende a ficar cada vez mais dentro de casa e sozinha. Esse é o início deste afastamento do meio social, que influencia diretamente na qualidade de vida do idoso.
 
●      Idoso não é um CID: reduzir o idoso a uma diabete, pressão alta ou qualquer outra doença é um erro, afinal, as questões de saúde não o impedem de ser uma pessoa ativa e produtiva. A patologização da pessoa idosa a joga para esse lugar de total dependência de outras pessoas, o que afeta diretamente a qualidade de vida e independência.
 
●      Envelhecer ou ser velho? Há uma grande diferença entre envelhecer e ser velho. O envelhecimento é inevitável e inerente ao ser humano, mas ser velho é uma escolha, afinal o envelhecimento pode alterar o ritmo de vida, mas não impede o idoso de continuar ativo e em busca de novas experiências.
 
"Há um preconceito culturalmente enraizado na nossa sociedade no que diz respeito ao envelhecimento. Para possibilitar a passabilidade social dos idosos e nos preparar para ter uma vida comum, é preciso encarar o passar dos anos com naturalidade e respeito", diz Eliete Cury. 


 
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