O Dia 17 de novembro é lembrado o Dia Mundial da Prematuridade, a data foi criada para alertar a população para um problema de saúde pública, a prematuridade, deste modo, motivar todos a refletirem nas estratégias para a sua prevenção e para melhorar a assistência neonatal a esses pacientes.
Segundo dados do Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos. O obstetra Mário Burlacchini, membro da Comissão Nacional Especializada em Medicina Fetal da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia, explica que os partos prematuros podem ser divididos em espontâneos, eletivos ou iatrogênicos. “Os partos espontâneos prematuros são aqueles que ocorrem antes das trinta e sete semanas de gestação em virtude da paciente entrar em trabalho de parto, tendo contrações, dilatação do colo uterino ou romper a bolsa”.
“E o prato prematuro eletivo ou iatrogênico é aquele que ocorre quando a paciente tem pressão alta, anemia, doença no sangue, alguma condição da mãe ou do feto que esteja levando risco para a mãe ou para feto que faz com o parto seja feito antes das trinta e sete semanas”, completa Mário.
O obstetra da Febrasgo esclarece que a causa mais comum entre as mulheres da prematuridade espontânea é a infecção urinária, que pode ser identificada quando a mulher tem algum sintoma de dor urinária ou ardência ao urinar. E também quando ocorre febre, cólicas renais que é um quadro mais grave de infecção que acomete o rim. Além de infecções vaginas, como a vaginose bacteriana devem ser identificadas e tratadas, a gestação gemelar, a fragilidade do colo uterino. E quando a mulher teve filhos anteriores com parto precoce ela sempre tem um risco maior de ter outro filho prematuro.
Entre as causas de parto prematuro eletivo estão a pressão alta, diabete descontrolada, as doenças do colágenos, que são as doenças reumáticas, que vão levar a alterações de crescimento do feto, baixo peso grave, alteração dos fluxos sanguíneos da mãe e do feto e os que podem levar a redução de líquido amniótico e induzir ao parto prematuro.
Prevenção
O Dr. Mario alerta que é possível prevenir a prematuridade. “Planejar a gravidez é um passo importante, o ideal é que o casal busque por orientação médica para que tenha um planejamento familiar, fazendo uma avaliação clínica, laboratorial e de imagem para verificar se está tudo bem com saúde se precisa fazer algum ajuste antes de engravidar”.
“Uma vez grávida, a mulher logo no início deve procurar o médico obstetra para fazer o pré-natal, o acompanhamento é essencial e precisa começar os mais precocemente possível, fazendo adequadamente os exames e consultas, para reconhecer as condições que possam identificar os riscos de parto prematuro. Após isso, é controlar bem as doenças, adequar alimentação e o ganho de peso para não desenvolver doenças do tipo, hipertensão, diabetes, anemias” enfatiza.
Progesterona Vaginal
A progesterona é um hormônio, gerado pelos ovários, que tem uma atuação muito importante no processo de gravidez, sendo responsável por regular o ciclo menstrual da mulher e preparar o útero para receber o óvulo fertilizado, evitando que seja expulso pelo corpo.
“A progesterona vaginal é indicada para mulheres que têm colo curto na gravidez e pacientes que internam com contratilidade uterina, que vão precisar de medicação venosa para inibir, mas também podem usar do hormônio", salienta Burlacchini.
Exames
Além dos exames de pré- natal para fazer uma boa avaliação, é recomendado fazer ultrassom com medida do colo uterino entre vinte e vinte quatro semanas pela via transvaginal. Além de fazer uma pesquisa urinária de preferência se tiver acesso, com urocultura no primeiro e segundo trimestre da gestação.
Perigosos
Sobre os riscos para o bêbe, vale ressaltar que quanto menor prematuro, mais imaturo ele está, e também maior tempo de internação ele ficará, havendo necessidade de intubação no berçário e maior números de procedimentos para equilibrar esse feto. “O feto vai ter distúrbios hemostáticos de controle de temperatura, ganho de peso, dificuldade de amamentar e de receber leite materno. Quanto mais cedo nasce o bebê, mais tempo ele passa por procedimentos internos, fica mais tempo de UTI neonatal, além de risco de ter infecções, pneumonias, displasias pulmonares, problemas intestinais, problemas de visão e intestinais” destaca o ginecologista.
“Quando o bebê é prematuro e fica muito tempo no hospital, também pode trazer um desgaste emocional e financeiro para o paciente, o que envolve não questões médicas, mas também sociais'', finaliza Mário.