30/11/2022 às 16h36min - Atualizada em 30/11/2022 às 18h48min

Museu exibe, no Rio, achados arqueológicos do Cais do Valongo

Mostra é gratuita e fica em cartaz pelo menos um ano no museu que funciona no Centro Cultural José Bonifácio. Lote com 262 mil itens é relativo às escavações do Cais do Valongo.

Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-11/museu-exibe-no-rio-achados-arqueologicos-do-cais-do-valongo



Cerca de 180 achados arqueológicos descobertos nas obras do Porto Maravilha figuram na exposição Achados do Valongo, aberta, hoje (30), no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), na Gamboa, região central do Rio de Janeiro.



É a primeira vez que são apresentadas cerâmicas, anéis de piaçava, pedras e peças em vidro do Cais do Valongo que contam um pouco da herança africana.




Fachada do Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro.

Fachada do Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro.






Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro. - Tomaz Silva/Agência Brasil



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Os achados arqueológicos, que estavam no antigo Cais do Valongo, onde funcionou o maior mercado de escravizados do Brasil, fazem parte do acervo do Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana (Laau), da prefeitura da cidade.



A mostra é gratuita e ficará em cartaz por pelo menos um ano no Muhcab, que funciona no Centro Cultural José Bonifácio. Criado por ocasião das obras do Porto Maravilha, o Laau soma cerca de 1,2 milhão de peças localizadas durante as intervenções na Zona Portuária.



Escavações



Um lote com 262 mil itens é relativo às escavações do Cais do Valongo. As demais são dos sítios Sacadura Cabral, Morro da Conceição e Trapiche da Ordem, entre outros pontos.




Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro, abre a exposição Achados do Valongo.

Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro, abre a exposição Achados do Valongo.






Lote com 262 mil itens é relativo às escavações do Cais do Valongo. - Tomaz Silva/Agência Brasil



A exposição, que marca ainda um ano da inauguração do Muhcab, é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em parceria com pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Museu Nacional.



Para o secretário municipal de Cultura, Marcus Faustini, visitar a exposição é lidar com a memória afro-brasileira. “Construir um futuro sem racismo e com mais diversidade é um compromisso dos cariocas, então, é importante pegar algo que estava apagado e trazer para que a população tenha acesso e é o que o Muhcab tem feito ao longo deste seu primeiro ano de vida”, disse.



A mostra tem curadoria dos pesquisadores da Uerj e do Museu Nacional, organização do Muhcab, patrocínio do Instituto Moreira Salles e do Instituto D’Orbigny e supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ela se soma à exposição permanente do museu, “Protagonismos – Memória orgulho e identidade”.



Cais do Valongo



Descoberto em 2011, na fase inicial do projeto Porto Maravilha, de revitalização da região, o cais era adjacente ao mercado. Estima-se que por lá passaram 700 mil africanos escravizados entre 1790 e 1831, oriundos de portos do atual território de Angola, mas também de Moçambique.



A escavação arqueológica de 2011 abriu um pedaço de terreno de quatro mil metros quadrados. De lá saíram centenas de artefatos de matrizes africanas, como contas de colares, búzios, brincos e pulseiras de cobre, cristais, peças de cerâmica, anéis de piaçava, figas, cachimbos de barro, material em cobre, âmbar, corais e miniaturas de uso em ritual.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-11/museu-exibe-no-rio-achados-arqueologicos-do-cais-do-valongo
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