17/12/2021 às 16h36min - Atualizada em 18/12/2021 às 00h00min

Fim de ano e a perspectiva de reação no consumo

Aline Mara Gumz Eberspacher*

SALA DA NOTÍCIA Aline Mara Gumz Eberspacher
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É Natal! Chegamos a mais um fim de ano. Uma das festas mais celebradas no mundo ocidental pelos cristãos. Mas este fim de ano chega com uma mistura de sentimentos de alegria pela vacinação, pela vida estar voltando ao seu ritmo e pela possibilidade de encontrarmos e comemorarmos essa data tão especial com aqueles que amamos. Quando falamos em Natal, lembramos da cidade decorada, do Papai Noel circulando nos centros comerciais e de um período entusiasta de compras, motivadas pelas belas campanhas publicitárias.

Ao acompanhar essas campanhas, podemos observar principalmente muitas emoções. No geral, discursos no sentido de resgatar as emoções, o afeto que a marca quer representar e transmitir ao consumidor. Destacam-se os abraços, tão afetados nos últimos dois anos. Entretanto, apesar de tantas emoções, não podemos esquecer que o objetivo principal das publicidades é estimular as vendas e o fluxo de pessoas nas lojas. É bom lembrar que o Natal tem uma importância significativa para a economia nacional, sendo o período de melhores vendas após o Dia das Mães.

Nesse sentido, há uma expectativa do comércio em recuperar o prejuízo acumulado nos dois últimos anos da pandemia. Diversas pesquisas foram realizadas com prospecções positivas para o ano de 2022. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Natal deve movimentar R$ 34 bilhões em vendas neste ano. Nesse cenário, surgem oportunidades no mercado de trabalho que deve recrutar 73 mil trabalhadores temporários para atender à demanda do mercado varejista, o que representa um aumento de 10% se comparados com o ano anterior.

Há ainda muita perspectiva de injeção de dinheiro para a movimentação do mercado. Segundo o Dieese, o 13º salário deve injetar R$ 232 bilhões no mercado, fazendo a economia girar. Além disso, com mais de 65% da população vacinada contra a Covid-19, as festas corporativas e os eventos familiares começam a acontecer. Dentre os vários setores da economia, destacamos a pesquisa da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) que revelou que a data deve resultar em R$ 68 bilhões para a economia. É claro que esses dados dependem muito do comportamento do consumidor, mas o importante é que ocorra essa movimentação no mercado interno, estimulada pelo consumo. 

Por fim, percebemos que é fundamental respeitar os valores de princípios e de fé para comemorar o Natal com a família e amigos. Entretanto, independentemente disso, entendemos que é crucial o consumo durante o período natalino, no intuito de manutenção da economia. Somente assim a data do bom e velho barbudo poderá sempre ser comemorada com a mesma emoção e espírito. Valores que as campanhas publicitárias e o marketing empresarial unem entre afetos e consumo, na perspectiva de que momentos melhores virão.

*Aline Mara Gumz Eberspacher, Doutora em Sociologia pela Université Paul Valery (Montpellier-França). Coordenadora de cursos de pós-graduação na área de Negócios da Uninter.

 
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