O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) iniciou uma série de visitas mediadas na Língua Brasileira de Sinais (Libras). O projeto apresenta a exposição “Acervo em movimento”, que inclui obras adquiridas pelo museu nos últimos quatro anos, em um formato focado na acessibilidade e na inclusão de pessoas surdas.
Na última semana, Patrícia Fumiko, que é surda e trabalha com o ensino de Libras, aproveitou o dia de muito calor em Porto Alegre para participar da primeira visita organizada pelo projeto. Natural de São Paulo, ela vive em Porto Alegre há 14 anos, mas ainda não tinha visitado o Margs. A ideia de uma visita guiada totalmente em libras fez com que ela se interessasse por conhecer o espaço.
“Hoje foi minha primeira experiência no Margs e, de verdade, nunca presenciei um momento assim, com a acessibilidade acontecendo da forma como aconteceu. Estou completamente admirada. A intérprete nos acompanhou em todos os momentos, em todas as obras da exposição. Isso foi muito importante para que eu pudesse entender sobre as obras”, contou Patrícia, que estava acompanhada do filho Noah, cinco anos, que também não escuta.
A mediadora das visitas em Libras, Vânia Rosa da Silva, é pedagoga e trabalha como intérprete há 30 anos. Durante os encontros promovidos pelo projeto, a mediação é feita diretamente em Libras, sem intermediários.
“Antes, aconteciam eventos em que os intérpretes, em determinados momentos, faziam a tradução da mediação de outra pessoa. Neste projeto, a mediação é diretamente em Libras. Fiz a formação para saber mais sobre arte, cada artista e obra para poder passar essa experiência aos visitantes”, explicou.
No primeiro encontro, que durou quase uma hora, Vânia percorreu as obras da exposição e não poupou movimentos, expressões e entusiasmo para garantir que os visitantes pudessem ter a melhor experiência possível.