A estiagem já levou mais de 40% dos municípios gaúchos a declararem situação de emergência no ciclo hidrológico 2022/2023. De acordo com a atualização dos dados dos órgãos de Defesa Civil nessa segunda-feira (30), 212 prefeituras noticiaram declaração de Situação de Emergência diante da escassez hídrica.
Parte destes municípios informaram ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres S2ID do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional estimativas de perdas econômicas que alcançam mais de R$ 5,6 bilhões, somando perdas na agropecuária de R$ 4,3 bi e R$ 1,3 bi na pecuária.
Embora sejam dados preliminares, que mudam rapidamente, e que não englobam a totalidade dos municípios que decretaram situação de emergência, os números apontam o grande impacto econômico que a estiagem provoca no Estado.
A implicação social na vida dos gaúchos é sentida pela falta de acesso à água. A estimativa atualizada de gastos dos municípios com transporte de água é de R$ 10,6 milhões, pleiteados junto ao governo federal, recurso para ser utilizado para a locação e abastecimento de caminhões pipa e aquisição de reservatórios de água.
Para o presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Paulinho Salerno, a entidade tem buscado agilizar junto ao Estado a concretização dos convênios do Programa Avançar para a construção de cisternas, perfuração de poços e abertura de microaçudes nos municípios, que visam reduzir os efeitos cíclicos que a La Niña impõe aos nossos produtores.
“Precisamos modernizar as políticas públicas de mitigação dos efeitos dos períodos de estiagem, cada vez mais frequentes e intensos, por meio da criação de uma plataforma para operacionalizar os programas e de linhas de crédito para sistemas de reservação de água e irrigação”, defendeu Salerno.
Os dados são monitorados pela Área Técnica de Agricultura da Famurs com base nos dados informados pelos municípios ao S2ID e aos órgãos de Defesa Civil, incluindo estimativas de prejuízos diante da seca.