A Polícia Civil investiga um suposto golpe do bilhete premiado em que uma mulher de 68 anos fez um saque de R$ 300 mil e entregou para estelionatários em Caxias do Sul na última terça-feira (7). O caso mobilizou familiares e as forças policiais porque, inicialmente, a suspeita era de um sequestro. Mais tarde, contudo, a vítima apareceu sã e salva e percebeu-se que ela entregou o dinheiro aos criminosos de boa vontade.
Segundo o boletim registrado, a família ficou três horas sem contato com a idosa, que foi levada pelos golpistas a mais de uma agência bancária para fazer os saques. Segundo o delegado Rafael Keller, a narrativa é semelhante ao que costuma ser visto no golpe do bilhete premiado.
“Esse caso ainda não tem a representação (criminal) da vítima. Este será o primeiro passo. Depois, iremos atrás de câmeras e outras diligências para identificar quem aplicou este golpe. O que chama atenção é o valor, extremamente alto. Tudo indica, na narrativa dos fatos, que trata-se deste antigo do golpe do bilhete, mas ainda precisa ser confirmado pela investigação”, aponta o delegado interino da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP).
A mobilização policial iniciou por volta das 12h56min, quando o banco ligou para um dos familiares da vítima pedindo autorização para uma transferência de R$ 10 mil, o que logo foi negado. Os familiares buscaram contato com a mulher que tinha saído há mais de uma hora antes, sem êxito. Então, foram até a agência bancária, onde o gerente comunicou que um saque de R$ 300 mil havia sido feito de uma conta conjunta.
Neste momento, a mulher retornou uma das ligações e disse que estava bem, que não tinha sido sequestrada. Contudo, o familiar continuou desconfiado porque ouviu barulhos e vozes estranhas ao fundo da ligação. A mulher também não queria responder onde estava.
O gerente do banco também orientou a família a registrar uma ocorrência policial. A mulher retornou por volta das 13h50min. Um familiar retornou com a Brigada Militar (BM) até a casa da família, onde encontraram a vítima sã e salva.
Apesar de antigo, o conto do bilhete continua a fazer vítimas. Segundo a 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), há pelo menos dois casos registrados por semana na maior cidade da Serra. Geralmente, os golpes envolvem valores abaixo de R$ 50 mil. O valor desta semana, de R$ 300 mil, é um dos maiores que o delegado Keller já trabalhou.
Após convencerem a vítima, geralmente idosos, com sua lábia sobre um suposto prêmio, os estelionatários levam a pessoa em diversas agências bancárias para conseguir fazer mais saques e levar maiores valores. Só após limparem as economias, abandonam a vítima.
Fonte: Portal Leouve.