A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou nesta quinta-feira (16) a primeira morte causada pela dengue no Rio Grande do Sul neste ano. Trata-se de uma mulher de 49 anos, residente em Bento Gonçalves (Serra Gaúcha) e com histórico de hipertensão arterial. Ela faleceu na quarta-feira, um dia após ser internada e quase uma semana depois de apresentar os primeiros sintomas – febre, náusea, falta de apetite, dificuldade respiratória, dores abdominal, muscular e de cabeça.
Desde janeiro, já foram confirmados ao menos 873 casos autóctones (quando o contágio ocorre sem que a pessoa tenha viajado recentemente). No ano passado, o RS registrou os maiores índices da doença em toda sua série histórica. Foram mais de 57 mil casos autóctones, outros 11 mil casos importados (quando o contágio ocorre fora do Estado) e 66 óbitos em virtude da dengue. Os dados deste ano estão atualizados até esta quinta-feira (16).
A dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta (39°C a 40°C) durante dois a sete dias, mal-estar, náusea, vômito, diarreia, manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira) e dores – no corpo, articulações, cabeça (cefaleia) e atrás dos olhos. O quadro pode se agravar, com extravasamento de plasma ou hemorragias capazes de levar ao choque grave e à morte.
Ao apresentar sintomas, o indivíduo deve procurar uma unidade de saúde, ingerir bastante água e evitar uso de medicamentos por conta própria. O serviço médico fornecerá as orientações necessárias para cada caso.
O diagnóstico de casos suspeitos deve levar em consideração as questões clínicas (sintomas) e epidemiológicas – se o local de moradia ou trabalho é infestado pelo mosquito, por exemplo, e se existem outras pessoas com dengue na região.
Os exames laboratoriais são auxiliares na investigação e não é necessário saber o resultado para iniciar o tratamento. Também podem ser realizados exames de laboratório inespecíficos (como hemograma para contagem de plaquetas) e específicos (que pesquisam a presença do vírus ou anticorpos que reagem à sua presença).
Orientações
A principal forma de evitar a doença é a eliminação dos potenciais criadouros do Aedes aegypti, que se reproduz em locais com água parada. Algumas das principais recomendações previstas são:
– eliminar água parada dos pratinhos e vasos de plantas;
– manter caixas d’água tampadas;
– colocar tela nos ralos de água da chuva;
– secar pneus e protegê-los da chuva;
– limpar calhas da residência;
– escovar os pratos dos animais domésticos e trocar a água uma vez por semana;
– manter piscinas limpas e com água tratada.
– em caso de dúvida, consulte o site dengue.saude.rs.gov.br.
Há, também, diretrizes ao infectado para que não propague a doença. A lista inclui o repouso do paciente e cuidados para evitar ser picado pelo inseto, fazendo dele um transmissor da doença. Para isso, deve ser utilizado repelente corporal, roupas que cubram braços, pernas e pés, além de uma tela do tipo “mosquiteiro”, principalmente quando se trata de pessoas acamadas.
(Marcello Campos)