22/03/2023 às 22h50min - Atualizada em 23/03/2023 às 00h01min

Terceiro dia do julgamento do Caso Bernardo encerra etapa de depoimento de testemunhas

Terceiro dia do julgamento do Caso Bernardo encerra etapa de depoimento de testemunhas - Jornal O Sul

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Com os depoimentos realizados ao longo desta quarta-feira (22), foi encerrada a etapa de oitivas de testemunhas no júri de Leandro Boldrini. O pai de Bernardo Boldrini é acusado de ser o mentor intelectual da morte do filho, ocorrida em abril de 2014. O julgamento ocorre no Salão do Júri do Foro da Comarca de Três Passos e é presidido pela Juíza de Direito Sucilene Engler Audino, titular da 1ª Vara Judicial local.

Nesta quinta-feira (23), o júri se encaminha para a reta final. A previsão é de que, pela manhã, ocorra o interrogatório do réu, encerrando a fase de instrução plenária. E, na parte da tarde, sejam realizados os debates orais.

Após, o Conselho de Sentença se reunirá para decidir sobre o caso. Com a decisão dos jurados, a magistrada retornará ao plenário, para anunciar o resultado.

Marlize Cecília Renz

A testemunha Marlize Cecília Renz trabalhou com Leandro Boldrini no Hospital de Caridade da cidade. Ela afirmou que o médico era extremamente focado no trabalho e ocupado, mas que tratava o filho com carinho e confiava que Graciele e as babás tomassem conta dele. A madrasta, no começo da relação, era amistosa com o enteado, mas a situação mudou com a chegada da filha caçula. Contou que a tensão se agravou com a ida do menino até as autoridades, no começo de 2014, para relatar a situação vivida em casa, o que despertou a raiva de Graciele.

Marlize também relatou que, dias antes do desaparecimento de Bernardo, se deu conta de que havia sumido ampolas de Midazolam (o sedativo utilizado para colocar Bernardo Boldrini para dormir) e que comunicou o fato a Leandro e Graciele, porque o fato não era comum.

Lori Heller

Lori Heller foi babá do menino Bernardo, quando Leandro e Odilaine eram casados. O depoimento dela foi breve. Informou que o médico sempre foi um bom pai, que ela e a mãe do menino ficavam mais tempo com ele, em razão do trabalho de Leandro. “Ele sempre dizia para eu cuidar bem do Bernardo”. O garoto era uma criança querida, afetuosa. “Ele obedecia se a gente falava alguma coisa”.

Rosângela Andreia Pinheiro

A testemunha Rosângela Pinheiro trabalhou com Leandro no Hospital de Caridade de Três Passos. Ela atuava em um setor administrativo da instituição. Disse que viu Bernardo, certa vez, por lá. O menino estava usando um jaleco do pai. Ela perguntou o que ele queria ser quando crescesse, e o garoto respondeu que queria ser médico, como o pai.

Ela conheceu Graciele, que chegou a trabalhar por um período na instituição, e informou que não tinha contato próximo com a companheira de Leandro. Também não sabe nada sobre o relacionamento da madrasta com Bernardo.

Andrigo Rebelato

Andrigo Rebelato é primo materno de Leandro Boldrini e amigo dele, por isso, foi ouvido na condição de informante. Advogado, ele atua em processos cíveis representando o réu. Seu depoimento foi o último e o mais longo do dia.

Os diálogos interceptados por telefone quando o médico já estava preso foi um dos pontos centrais da oitiva. Em um deles, Rebelato liga para um irmão de Leandro, orientando que sacasse o dinheiro das contas bancárias do médico, antes que a decisão judicial que determinasse o bloqueio dos valores fosse cumprida.

O crime

O estudante Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando recebeu uma overdose de sedativos, no dia 4 abril de 2014, em Três Passos, onde vivia com o pai e a madrasta em uma casa na área central da cidade. A família comunicou o desaparecimento e o corpo do garoto foi encontrado dez dias depois, em cova à beira de um riacho no município de Frederico Westphalen.

Conforme as investigações da Polícia Civil e a denúncia do MP-RS, o casal planejou e participou de todas as etapas do crime. Para isso, contou com a ajuda de uma amiga dela (Edelvânia) e do irmão desta última, mediante oferecimento de vantagens financeiras.

Eles teriam conduzido a vítima até o local de sua morte, além de posteriormente combinar as versões que apresentariam à polícia, a fim de contar com álibis compatíveis entre si. O assassinato teria sido cometido, basicamente, por dois motivos:

– A madrasta de Bernardo não queria partilhar com o menino os bens deixados pela mãe dele, que já havia morrido (por suicídio) em 2010.

– O pré-adolescente era considerado “um estorvo” à nova configuração familiar decorrente do segundo casamento do pai, relação que gerou uma filha, meia-irmã do garoto.



Fonte: https://www.osul.com.br/terceiro-dia-do-julgamento-do-caso-bernardo-encerra-etapa-de-depoimento-de-testemunhas/
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