Para buscar “a aproximação com setores empresariais acostumados a processos em mesas de negociação” e facilitar a interlocução com o Governo Federal, o ministro do Trabalho e do Emprego, Luiz Marinho, esteve nesta terça-feira (21) na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. “A mensagem que quero trazer é a de intenção de construção de entendimento”, disse Marinho, que participou de um café da manhã com integrantes das diretorias da Fiergs e do Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Ciergs), além de representantes de sindicatos industriais.
O diretor do Ciergs e coordenador do Conselho de Relações do Trabalho (Contrab) da Fiergs, Guilherme Scozziero, que representou o presidente Gilberto Porcello Petry, ressaltou que a Federação das Indústrias é a “Casa do Diálogo” e que a vinda de Luiz Marinho para a primeira interlocução do Ministério do Trabalho demonstra a manutenção da harmonia entre os governos e os empreendedores privados. “Nossas expectativas são de que as habilidades da conciliação e imparcialidade, indispensáveis nas melhores mediações, sejam elementos relevantes na atuação do ministério”, afirmou, reforçando que a Fiergs representa 109 sindicatos filiados e promove o setor industrial, o desenvolvimento e a geração de empregos.
Outra preocupação do ministro manifestada na reunião com os industriais foi em relação à taxa de juros, que precisa começar a ser reduzida imediatamente, segundo ele, pois está prejudicando o desenvolvimento, “pegando pesado contra a atividade econômica, especialmente na indústria” e penalizando o cidadão, com endividamento em excesso. “Não vejo razão para não começar o processo gradativo de redução dos juros”, observou.
Marinho falou também dos impostos de importações zerados em diferentes setores durante a pandemia e que, de acordo com ele, acabam por trazer prejuízo a atividades da indústria nacional. O governo irá determinar a retomada dos impostos em vários segmentos, assegurou.
O ministro comentou ainda que os problemas ocorridos na Serra Gaúcha com a terceirização de trabalhadores de três vinícolas de Bento Gonçalves acabam por envolver negativamente todo o setor. Para combater isso, disse, é preciso articular paulatinamente o processo de avanço de um diálogo com a finalidade de “virar a página”. “Queremos solucionar este problema, não punir essa ou aquela empresa”, reforçou, afirmando a necessidade de um ajuste nas regras atuais da terceirização, mas garantindo que o governo não irá modificar nada no “canetaço”.
O diretor da Fiergs e do Sindicato da Indústria do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul (Sindivinho-RS), Gilberto Pedrucci, defendeu o aprimoramento do trabalho terceirizado dentro das normas legais, para que se possa fazer seleção temporária em diferentes segmentos da agroindústria, não apenas no vinícola. A ideia é levar ao Governo Federal a proposta de aprimorar esse tipo de contratação, talvez diretamente dentro das próprias empresas e produtores rurais por um período curto de tempo, sem intermediários.