22/03/2023 às 23h25min - Atualizada em 23/03/2023 às 00h04min

Polícia Federal faz operação contra quadrilha que pretendia matar Sergio Moro e outras autoridades

Polícia Federal faz operação contra quadrilha que pretendia matar Sergio Moro e outras autoridades - Jornal O Sul

Jornal O Sul
https://www.osul.com.br/policia-federal-faz-operacao-contra-quadrilha-que-pretendia-matar-sergio-moro-e-outras-autoridades/

A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (22) uma operação para prender um grupo criminoso que planejava realizar ataques contra servidores públicos e autoridades. A facção atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente. Entre as ações, os suspeitos pretendiam inclusive homicídios e extorsão mediante sequestro. O ex-juiz Sérgio Moro seria um dos alvos do grupo criminoso, e o promotor de Justiça de SP, Lincoln Gakiya, o outro.

“Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho”, escreveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no Twitter.

Cerca de 120 policiais federais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. De acordo com a PF, os ataques eram planejados em cinco unidades da federação: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Até o momento, foram nove presos – sendo seis homens e três mulheres -, todos em São Paulo. Os outros dois procurados com mandado de prisão expedido são do Paraná. Em São Paulo, foram apreendidas apreendeu joias, dinheiro em espécie guardado em um cofre, celulares, uma moto e um carro de luxo.

“Essa é uma investigação que já transcorre há vários meses e que trouxe essa preocupação em razão do nível de risco de ameaça de várias autoridades públicas. Mas o que nós temos a convicção é de que o momento da deflagração mais oportuno foi esse e, portanto, a polícia agiu cumprindo a sua missão constitucional, cumprindo um papel de polícia de Estado, fazendo a operação que tinha que fazer nessa data”, disse o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

Como era o plano

O plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para assassinar o senador Sérgio Moro se baseava no método de “seguir e vigiar” o ex-juiz e membros de sua família para levantar informações que ajudassem a capturá-lo, segundo informou a PF. Os “quartéis” dos criminosos estavam localizados principalmente em São Paulo e no Paraná, onde Moro e sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), têm residência.

Além do senador, a facção também mirava o promotor de Justiça de São Paulo Lincoln Gakiya. Segundo ele, o plano partiu do “setor de homicídios” do PCC, chamado “setor de sintonia restrita”. Segundo o promotor, os criminosos se referiam a Moro pelo codinome “Tóquio”, e alugaram casas e chácaras para executar os atentados. Esses imóveis seriam próximos a locais que as vítimas e suas famílias frequentam. Também havia uma “vigilância constante” das vítimas e de familiares.

Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, a operação da PF encontrou bunkers montados pelos criminosos nos locais onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão. Os espaços poderiam ser utilizados para guardar armamento ou, ainda, servir de cativeiro. Vídeos da Polícia Federal mostram agentes da polícia desvelando um desses compartimentos, uma parede falsa em uma casa pertencente a um dos investigados em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

O ministro afirmou que a investigação trabalha com a hipótese de extorsão mediante sequestro, além de homicídio. Na tese do sequestro, o dinheiro extorquido poderia ser utilizado para tentar tirar Marcola da prisão.

Retaliação

Segundo investigadores, a retaliação a Moro era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios. Criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola. Ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes.

Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.

Os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Sergio Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores.



Fonte: https://www.osul.com.br/policia-federal-faz-operacao-contra-quadrilha-que-pretendia-matar-sergio-moro-e-outras-autoridades/
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Error
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp