A edição do último domingo (26) do programa “Fantástico”, da TV Globo, trouxe detalhes da história cruel e chocante do assassinato de um coronel aposentado da Força Aérea Brasileira (FAB) que teve sua identidade assumida por quatro meses por uma garota de programa.
A mulher mandava mensagens para a família e amigos do celular da vítima, para que ninguém sentisse falta dele. Até que teve um descuido; entenda:
“Aquela dita mensagem do áudio dele estava há meses e meses atrás (sic), que ele tinha mandado para mim, no momento que ele viajou. Ela pegou o áudio, cortou poucos segundos e mandou para mim”, conta Milton.
Segundo o delegado de polícia Claudio Henrique Freitas de Oliveira, o áudio, foi mandado como uma prova de vida. E, de uma hora para a outra, as mensagens de texto mudaram de tom.
Elodéa Perdiza, irmã da vítima, conta que começaram a chegar mensagens enviadas pelo celular do coronel que diziam: “Parem de me procurar. Eu estou aqui no Rio de Janeiro, estou bem e me deixem em paz”. Segundo Elodéa, o coronel nunca falou assim com a família.
Jerusa também procurou o delegado, na tentativa de tumultuar a investigação.
“E diz: ‘Acabei de conversar com coronel Perdiza por videochamada e ele me disse que estava no Rio de Janeiro’. Então, se alguém foi para o Rio de Janeiro, ele está morto”, diz o delegado Claudio Henrique Freitas de Oliveira.
Três meses depois do desaparecimento do coronel, um corpo foi localizado em um terreno numa cidade vizinha a Natal, mas era praticamente impossível identificá-lo. Os assassinos fizeram de tudo para dificultar o trabalho da perícia.
O delegado que cuida do caso revela detalhes do crime:
“Às 23h30, Jerusa liga para José Rodrigues, comparsa dela. O José chega ao local por volta das 23h40. A Jerusa e o coronel Perdiza entram no veículo e são conduzidos até um local. Ali, o coronel foi morto com disparo de arma de fogo. Se dirigiram até um terreno na cidade de Macaíba, onde eles deixaram corpo nesse terreno. Cortaram as mãos e a cabeça, para dificultar qualquer identificação da vítima”, diz o delegado.
Jerusa nega tudo.
“O alvo era o patrimônio da vítima, sem nenhuma dúvida. Ela é extremamente manipuladora e não tem absolutamente nenhum remorso pelo que aconteceu”, afirma a autoridade.
Jerusa e o comparsa dela estão presos. Eles vão responder por latrocínio e podem pegar 30 anos de cadeia.