Os médicos credenciados ao Ipe Saúde (Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul) decidiram manter a greve da categoria até o dia 2 de maio. A decisão foi tomada em assembleia geral extraordinária realizada pelo Simers (Sindicato Médico do RS) na noite de quarta-feira (12), em Porto Alegre.
“A data-limite se refere à expectativa da categoria sobre o projeto de reestruturação da autarquia, que será levado à Assembleia Legislativa nos próximos dias”, informou a sindicato.
As atividades foram paralisadas na segunda-feira (10) para reivindicar a atualização da tabela de honorários médicos praticada pelo IPE Sáude, que, segundo o Simers, está defasada há 12 anos. Inicialmente, a greve estava prevista para durar apenas três dias.
Segundo o Simers, a decisão de prorrogar a greve demonstra a insatisfação dos médicos após o governo gaúcho não apresentar nenhuma proposta de reajuste dos honorários. “Hoje [quarta-feira] à tarde estivemos reunidos com o governo do Estado e saímos decepcionados, pois até agora não recebemos nada concreto e que sinalize um reajuste, esperado por 6,5 mil médicos há mais de uma década”, declarou o presidente do sindicato, Marcos Rovinski.
“Estamos diante de um movimento histórico pela valorização da categoria, que vem recebendo valores que não condizem com a responsabilidade da profissão. Infelizmente, o que vemos é a falta de interesse dos médicos em continuar atendendo pelo IPE e queremos uma solução, pois são mais de 1 milhão de usuários que ficarão desassistidos, sobrecarregando ainda mais o SUS”, prosseguiu Rovinski.
Segundo o governo, em 2022 o déficit mensal do Ipe Saúde ficou em R$ 36 milhões.
Consultas
Durante a paralisação, são realizados somente procedimentos de urgência e emergência. As consultas agendadas devem ser remarcadas. Atualmente, o IPE Saúde conta com cerca de 6,5 mil médicos credenciados no RS.
O convênio é responsável pela assistência médica e hospitalar a quase 1 milhão de servidores públicos, seus dependentes e pensionistas.