O Ministério da Saúde vai elaborar um plano para distribuir, com prioridade, milhões de medicamentos que estão prestes a perder a validade. Um relatório da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados mostra que, desde 2019, o País desperdiçou R$ 2,2 bilhões em medicamentos, vacinas e outros insumos. Material que foi comprado pelo Ministério da Saúde, armazenado e descartado porque perdeu a validade. Segundo a comissão, ainda há 75 milhões de itens a vencer.
Um levantamento feito a partir do relatório revela que, de março até a primeira quinzena de abril, 27 itens venceram. Entre eles: propofol, um anestésico para cirurgias; e sulfato de morfina, usado para dor intensa; vacinas contra a febre amarela, covid e meningite; e insumos como seringas.
Na relação de vencidos, aparece a insulina análoga de ação rápida, usada por quem tem diabetes tipo 1. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia classifica a situação como preocupante.
Na lista, também estão insumos que vencem até o fim de junho. Só de medicamentos, são 63 tipos, incluindo alguns usados no tratamento de doenças graves e doenças crônicas. Além de 16 diferentes vacinas que rendem mais de 1,6 milhão de doses e de 14 insumos, como kits para diagnóstico de dengue e sarampo.
O Ministério da Saúde afirmou que um grupo de trabalho avalia o estoque do almoxarifado, pois o número de itens a vencer pode ser maior. O governo prepara um plano para distribuir – ainda nesse semestre – insumos e medicamentos antes que eles vençam.