O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes autorizou na quarta-feira (19) que a PF (Polícia Federal) colha o material genético de todos os presos pelos atos extremistas de 8 de janeiro em Brasília.
A medida envolve coleta de saliva, impressões digitais e fotos dos manifestantes presos ou indiciados no inquérito. O ministro também autorizou o acesso dos investigadores ao Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. O pedido partiu da PF.
Em 11 de janeiro, Moraes já havia autorizado a coleta do material biológico para a obtenção do perfil genético dos que foram presos em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, no dia 9 daquele mês.
“Assim, naturalmente, a autorização deverá compreender, ainda, os demais presos relacionados aos referidos atos golpistas, para completa elucidação dos fatos e precisa apuração da responsabilidade de cada um dos investigados”, disse Moraes na decisão de quarta-feira (19).
No pedido a Moraes, a PF afirmou que a coleta do material biológico de todos os presos vai ajudar nas investigações. “A considerar que dezenas de milhares de pessoas participaram dos atos golpistas, a coleta do material biológico descartado pelos presentes é uma fonte importante de informações para o esclarecimento da autoria dos crimes, propiciando mais certeza e efetividade na atividade investigatória e, consequentemente, na atividade punitiva do Estado”, argumentou o delegado da PF Alexandre Camões Bessa.
A corporação pretende “combinar” os vestígios biológicos com informações dos presos e comparar as fotografias com as filmagens de câmeras de segurança dos prédios dos Três Poderes.
Réus
O STF formou maioria de votos para transformar em réus os cem primeiros denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelos atos radicais de 8 de janeiro, que depredaram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. O julgamento prossegue no plenário eletrônico da Corte até segunda-feira (24).