O governo federal avalia acabar com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República, segundo fontes próximas ao presidente Lula.
De acordo com informações divulgadas pela CNN, aliados do petista afirmaram que houve quebra de confiança, que o presidente não acredita no GSI atual e que as investigações sobre a presença do ex-chefe do órgão Gonçalves Dias no Palácio do Planalto, durante os atos de 8 de janeiro, o ajudarão a tomar a decisão.
Gonçalves Dias pediu demissão do GSI na quarta-feira (19). Interlocutores de Lula defendem, desde a transição de governo, que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a segurança presidencial, sob comando da Polícia Federal, sejam alocadas em uma nova secretaria a ser criada diretamente no Palácio do Planalto.
No começo do terceiro mandato de Lula, o GSI teve suas funções esvaziadas com a criação da Secretaria Extraordinária de Segurança Aproximada, cuja atuação está prevista para durar até 30 de junho.
Fontes do Planalto relataram ainda que essa Secretaria Extraordinária – que cuida da segurança do presidente, a cargo da PF – pode se tornar permanente. Essa ideia já vinha circulando há algum tempo no Planalto e já há policiais sendo treinados em Brasília para isso.
A postura do general Gonçalves Dias no dia 8 de janeiro com relação aos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto e perante seus subordinados – os agentes que faziam a segurança da sede da Presidência – tornou insustentável sua permanência no cargo, na avaliação do governo.
Ao pedir demissão, o general argumentou que estava no terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete presidencial, como mostraram as imagens divulgadas pela CNN, para retirar os manifestantes radicais de lá.
Cappelli no comando do GSI
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, assumiu interinamente o comando do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República com a demissão do general Gonçalves Dias.
Cappelli conquistou a confiança de Lula no período de dois meses em que atuou, nomeado pelo presidente, como interventor na segurança do Distrito Federal após os atos extremistas de 8 de janeiro.