O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez “ofensas gratuitas” contra ele após um vídeo curto do ex-juiz da Operação Lava-Jato viralizar. Em uma festa junina, Moro aparece rindo e falando em “comprar um habeas corpus do ministro.
“Eu não tenho ofendido ninguém, eu tenho grande respeito pelo Supremo Tribunal Federal pelos ministros embora eu também tenha a minha liberdade de crítica como qualquer outra pessoa assim como elogio decisões também as crítico e me surpreendi quando ele veio aqui inclusive e deu declarações ofensivas em relação a minha pessoa”, disse Moro em entrevista ao podcast Amarelas On Air, da revista Veja.
O senador se refere a uma entrevista de Gilmar Mendes em que o ministro afirmou que uma das maiores contribuições do antigo governo de Jair Bolsonaro (PL) teria sido tirar Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Em seguida, aos risos, o ex-juiz federal se defende:
“Eu sou inocente.”
Sobre o vídeo que lhe rendeu uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por calúnia, ele reiterou ter sido uma “brincadeira infeliz”. Ao ser questionado se caberia um pedido de desculpas, o senador disse que, apesar de não ter “caluniando ninguém”, eventualmente poderia se desculpar.
“Eu dei uma declaração infeliz. A gente pode, eventualmente, se desculpar é por ter dado uma declaração infeliz. Mas não se desculpar por ter caluniado ninguém. Porque eu não caluniei ninguém”, afirmou Moro.
CPMI
Sérgio Moro tem procurado parlamentares da legenda para se viabilizar como um dos indicados do partido para compor a CPMI que irá investigar os atos criminosos do dia 8 de janeiro.
Opositor do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moro tem prometido que, se indicado, vai atuar para apontar responsabilidades do governo federal na destruição provocada na Praça dos Três Poderes. Há resistência dentro do partido à ideia de indicá-lo.
Segundo informações da CNN Brasil, o União Brasil tem, além de Moro, outros dois senadores postulando uma vaga na Comissão: Soraya Thronicke (MS) e Alan Rick (AC), sendo este último considerado também um opositor ao governo Lula.
“As indicações não estão fechadas ainda e deverão ser indicados nomes isentos”, afirmou o presidente do partido, Luciano Bivar. A legenda tem ministérios no governo, mas recusa a se declarar base de apoio do petista.
Enquanto decide se Moro terá vaga na Comissão, o União articula a possibilidade de o deputado Arthur Maia (BA) ser o presidente do colegiado. Ele é defendido por parlamentares ligados ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).