01/05/2023 às 21h41min - Atualizada em 02/05/2023 às 06h08min

Rio Grande do Sul é o segundo Estado em número de microcervejarias

Rio Grande do Sul é o segundo Estado em número de microcervejarias - Jornal O Sul

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Com 285 microcervejarias instaladas em 126 cidades, o Rio Grande do Sul é vice-líder no ranking de quantidade de estabelecimentos com esse perfil, perdendo apenas para São Paulo (340). Porto Alegre também é destaque, como a segunda cidade brasileira em número de fábricas: 43.

Para quem ainda não está familiarizado ao conceito, trata-se de pequenas fábricas capazes de produzir até 200 mil litros da bebida por mês, seja para consumo no local ou outros ambientes, bem como envasamento – a definição é do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Atualmente, no Rio Grande do Sul, para ser classificado como microcervejaria e manter benefícios tributários, o limite da produção deve ser de 3 milhões de litros por ano. Em outros Estados, esse patamar já é de 5 milhões. O governo gaúcho avalia possibilidades de mudanças para o setor.

Além disso, estima-se que o Estado abriga cerca de 300 “cervejarias ciganas” – marcas que não possuem fábrica própria, produzindo de forma terceirizada. Há que se considerar, ainda, a relevância econômica.

Dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e do Ministério do Trabalho apontam que as microcervejarias geram 54% das vagas de emprego do segmento no País. Também são responsáveis por cerca de 3% das cervejas produzidas no Brasil, o que indica um amplo espaço para crescimento.

“Geramos mais empregos em relação às grandes, mas ainda temos que melhorar no aspecto da produtividade, pois somos um mercado novo, em crescimento e que tem muito a evoluir”, salienta ressalta o presidente da Associação Gaúcha de Microcervejarias, Filipe Bortolini. “Estamos no caminho certo.”

O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, acompanha o segmento há bastante tempo. Ele considera notória a evolução e a inovação nesse tipo de atividade por empreendimentos gaúchos:

“A produção em nosso Estado é de altíssima qualidade e destaca-se em nível nacional pela qualidade e volume produzido nas micro e pequenas cervejarias. É uma área que gera muito emprego e que precisa de melhor competitividade. É exatamente nessa linha que estamos trabalhando.”

Ele acrescenta que o segmento gaúcho tem obtido premiações nacionais e internacionais de qualidade: “Isso demonstra a capacidade de nossos empreendedores, colocando o Estado como referência, aquecendo o mercado, impulsionando o turismo, melhorando a economia e gerando emprego”.

Reconhecimento

Qualidade e diversidade das cervejas gaúchas são pontos de destaque da produção. Os estilos mais produzidos são Ipa, Stout, Red Ale, Apa, Weiss e Pilsen, esse último também o líder de vendas.

As microcervejarias gaúchas estão entre as mais premiadas. E duas fábricas somam cinco títulos de melhor do Brasil no Concurso Brasileiro de Cervejas de Blumenau (SC): três troféus para a marca Tupiniquim e dois para a Alem Bier). A Suricato Ales também foi premiada como melhor cervejaria brasileira de pequeno porte, em 2019.

“Essas premiações nos certificaram pelo trabalho realizado e pela qualidade que sempre buscamos”, reitera Christian Bonotto, da Tupiniquim.

Além disso, o setor traz consigo grande potencial de fomento ao desenvolvimento econômico do Estado, tendo em vista também as possibilidades de estímulo ao turismo, por meio da criação de rotas cervejeiras, que se consorciam aos eventos, fortalecendo os setores de transporte, gastronomia e hotelaria.

“É muito importante essa questão das rotas cervejeiras, mas é preciso avançar, divulgar e iniciar um trabalho conjunto que possa estimular as microcervejarias, o consumo e ações relacionadas ao turismo”, sublinha o dirigente Bortolini.

Incentivos via Fundopem

Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem) é um incentivo governamental também utilizado pelo setor para implementação ou incremento de unidades. O programa foi criado na década de 1970 e passou por revisão em 2021. Hoje, contempla duas microcervejarias.

Trata-se de um incentivo à indústria que não libera recursos financeiros para as empresas. O apoio se dá por meio do financiamento parcial do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) incremental devido, gerado a partir da sua operação.

As empresas vão usufruir de benefícios via Fundopem, convertidos no abatimento de parte do ICMS incremental oriundo da comercialização dos produtos fabricados. O percentual de desconto varia conforme o enquadramento do projeto no incentivo, podendo chegar a 90%.

(Marcello Campos)



Fonte: https://www.osul.com.br/rio-grande-do-sul-e-o-segundo-estado-em-numero-de-microcervejarias/

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