02/05/2023 às 23h43min - Atualizada em 03/05/2023 às 00h04min

Dono de construtora de luxo na Flórida diz que brasileiros ricos buscaram imóveis nos Estados Unidos após eleição de Lula

Dono de construtora de luxo na Flórida diz que brasileiros ricos buscaram imóveis nos Estados Unidos após eleição de Lula - Jornal O Sul

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Um dos herdeiros da maior incorporadora de unidades de luxo da Flórida, nos EUA, com um portfólio de mais de US$ 40 bilhões, Nick Pérez, 35 anos, aponta que 20% dos negócios fechados pela Related no Sul da Flórida são com latino-americanos, metade deles brasileiros, em sua maioria paulistanos.

E o filho do magnata de origem argentina Jorge M. Pérez relata um aumento da procura de ricos brasileiros por imóveis de luxo na Flórida desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Inclusive para investimento, já que a valorização média, no ano passado em relação a 2021, foi de quase 16%.

“Não é uma onda visível tão forte como a da Colômbia desde junho, após a vitória do (esquerdista) Gustavo Petro à presidência, mas, desde janeiro, a procura dos brasileiros é sensivelmente maior. A troca de governo foi um fator para a nossa clientela. Toda vez que esse estrato acredita detectar incerteza, os EUA são, ainda, percebidos como estáveis politicamente, seguros para se investir. E é a Flórida que está, hoje, liderando esta frente”, afirmou ao executivo.

1 – Há aumento na procura de brasileiros por unidades de luxo na Flórida?

Sim. Em todos os nossos projetos houve aumento, detectado por nossos brokers (corretores) lá ou aqui. É um movimento que vem ocorrendo desde a pandemia e somos capazes de movimentar com agilidade ao perceber o aumento da demanda. Quando os resultados das eleições da Colômbia foram anunciados, por exemplo, em junho do ano passado, nós imediatamente fomos a Bogotá.

No Brasil, houve um aumento de interesse após a vitória de Lula. É um fator. Os EUA ainda são percebidos como estáveis politicamente. E Miami, em uma perspectiva cultural, segue sendo, e cada vez mais, a capital latina informal dos EUA. Somos um caldeirão mais diverso, com cubanos, mexicanos, porto-riquenhos, dominicanos, mas também mais brasileiros, colombianos, venezuelanos, peruanos, chilenos. A diversidade se tornou outro atrativo.

2 – Qual nicho mais interessa o comprador brasileiro?

O das unidades de dois a quatro quartos, de US$ 1 milhão a US$ 15 milhões. Por isso decidimos vir a São Paulo e apresentar o St.Regis aqui. No mês passado o fizemos com o Casa Bela, condomínio de luxo no distrito de Arte e Entretenimento de Miami. E voltaremos logo, agora incluindo também outras cidades, como Rio e Belo Horizonte.

3 – Os brasileiros pedem ajustes específicos nas plantas das unidades?

Sim. Quando estávamos pensando no design das unidades do St.Regis já levamos em conta a realidade de empregadas domésticas ou babás que vivem com as famílias dos nossos clientes brasileiros. Visitei pessoalmente vários condomínios de luxo no Brasil e quase todos têm quarto de empregada separado, em geral conectado à área de serviço.

Por isso, nossas unidades maiores, com quatro quartos, no St. Regis, foram projetadas com a dependência extra, pensando nos brasileiros. É algo de fato bem incomum para os americanos. Fui criado, por exemplo, sem ajudantes vivendo em casa.

Beach Tennis

4 – Alguma outra especificidade voltada para os brasileiros ricos?

Nesta viagem a São Paulo descobri o beach tennis. Se soubesse da moda antes, teria incluído um espaço para a prática do esporte no St.Regis. Joguei sábado passado na Praia da Grama (condomínio de luxo em Itapeva, próximo a Sorocaba, no sudoeste do Estado de São Paulo) e me diverti muito. Infelizmente, no St. Regis não dá mais, mas há outras novidades nele que podem atrair os brasileiros, embora não tenham sido pensadas especificamente para eles.

5 – Quais as outras tendências centrais no mercado de luxo da Flórida pós-pandemia?

Unidades cada vez maiores. As pessoas estão valorizando mais e mais o espaço. Frisam quererem ainda mais conforto. É cada vez mais comum a compra de unidades múltiplas no mesmo condomínio para se aumentar o espaço. O que vendemos nos últimos 12 meses foi claramente guiado por esta necessidade dos mais ricos de mais espaço.

Em Bal Harbour (localizada a 40 minutos de carro ao norte do centro de Miami) temos um projeto em que a média das unidades vendidas teve o metro quadrado a US$ 3,5 mil (cerca de R$ 18 mil) e ninguém queria nada com menos de quatro quartos, tivemos de nos adaptar.

O St. Regis, com metro quadrado similar, mas já pensado depois da pandemia, conta com unidades combinadas de até 930 metros quadrados. O preço das unidades vão de US$ 4,7 milhões a US$ 9 milhões.



Fonte: https://www.osul.com.br/dono-de-construtora-de-luxo-na-florida-diz-que-brasileiros-ricos-buscaram-imoveis-nos-estados-unidos-apos-eleicao-de-lula/

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