O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de busca e apreensão contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que havia sido apresentado pela Polícia Federal (PF). Moraes considerou que, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro, não há “indícios concretos” da participação de Michelle em um esquema de fraude de comprovante de vacinação.
A PF apresentou os pedidos de busca contra Bolsonaro e Michelle. A Procuradoria-Geral da República (PGR) foi contra os dois pedidos.
Em relação a Michelle, Moraes considerou que não há “indícios concretos, neste momento, da participação dela nos fatos em questão” e que, na representação da PF, “não há descrição de conduta específica” da ex-primeira-dama. Por isso, negou o pedido.
No momento da operação os policiais federais chegaram a indicar que o celular de Michelle seria levado e a ex-primeira-dama chegou a fornecer acesso, mas depois os investigadores consideraram que a medida não seria necessária.
Já sobre a participação de Bolsonaro, Moraes considerou que é “plausível, lógica e robusta a linha investigativa” que aponta a participação do ex-presidente, e por isso autorizou a busca.
Única
A ex-primeira-dama afirmou pelas redes sociais que apenas ela foi vacinada em sua casa. Conforme pontuou, contudo, nem ela nem seu marido sabem o motivo da busca e apreensão em sua casa pela PF na manhã dessa quarta-feira (3).
“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos”, declarou Michelle, em mensagem publicada no Instagram. A ex-primeira-dama conta que ficou sabendo do motivo pela imprensa. “Na minha casa, apenas EU fui vacinada”, disse.
Em uma segunda postagem publicada no final da tarde, Michelle mostrou uma foto ao lado do profissional que a vacinou. “Dr. Albert Levy, formado pela UFRJ, emigrou para Nova York. Ele foi responsável por me vacinar”, escreveu.
Ela também postou uma imagem de seu cartão de vacinação, onde se vê a data 9 de setembro de 2021 e a indicação de que recebeu o imunizante da Janssen contra a covid, na “Manhattan Family Practice”, em Nova York.
Na manhã dessa quarta, a PF fez buscas na casa de Bolsonaro e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, no bojo de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Outros dois assessores de Bolsonaro também foram presos, sendo eles Max Guilherme e Sergio Cordeiro. Durante as diligências na residência do ex-presidente, em Brasília, os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro.