A proposta de inclusão do nome de Padre Cícero no Livro de Heróis e Heroínas foi aprovada, nesta quinta-feira (4), pelos deputados federais na Câmara, em Brasília. A proposta, de autoria do deputado José Guimarães (PT), ainda precisa de aprovação no Senado.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um documento que preserva os nomes de figuras que marcaram a história do Brasil. O chamado Livro de Aço encontra-se no Panteão da Pátria, na praça dos Três Poderes, em Brasília.
“Padre Cícero é tido como santo por uma imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil”, disse o autor do projeto de lei. Em 2022, a Igreja Católica iniciou processo de beatificação. A relatora em Plenário, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), também recomendou a aprovação da PL 10/2020 e apensados.
Padre Cícero Romão Batista viveu no Ceará. Nasceu em Crato, em 1844. Ordenado padre em Fortaleza, em 1870, foi ainda prefeito de Juazeiro do Norte, onde morreu em 1934. A estátua em homenagem ao religioso, inaugurada em Juazeiro do Norte em 1969, recebe anualmente cerca de 2,5 milhões de romeiros e visitantes.
“Uma grande vitória. Quero me dirigir a todo o Cariri, dizer da minha fé e compromisso, e desse reconhecimento que a Câmara dos Deputados faz. É uma questão de justiça”, complementou o deputado cearense.
Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos “equívocos”, ele foi afastado da igreja católica.
Padre Cícero Romão Batista é considerado “santo popular” para muitos fiéis católicos nordestinos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.
Beatificação
Em agosto do ano passado, o processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado pelo Vaticano.
Em 2015, o Vaticano atendeu ao pedido do bispo Dom Fernando Panico e reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do “santo popular”.
O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado por Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano, em maio deste ano.
“Recorremos a vossa solicitude de pastor universal da santa igreja para pedir especial clemência para com este sacerdote católico, amado, exonerado. Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero”, diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa Francisco.