A Polícia Federal (PF) prendeu seis pessoas por supostamente falsificar registros de vacina no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os detidos, está o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.
O ex-ajudante de Bolsonaro ficou em silêncio quando questionado por policiais federais sobre o esquema. O mesmo foi feito pelos outros cinco suspeitos detidos: nenhum deles se manifestou nas oitivas à PF.
Os presos devem ser ouvidos novamente pela Polícia Federal, mas a data ainda não foi definida. Eles estão em prisão preventiva e, portanto, não têm data para serem postos em liberdade.
Assim como Mauro Cid, foram presos na quarta-feira (3) o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, o policial militar Max Guilherme Machado de Moura, o militar do Exército Sérgio Rocha Cordeiro e o secretario municipal de Duque de Caxias (RJ) João Carlos de Sousa Brecha.
Bolsonaro nega
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou que tenha feito qualquer mudança no seu cartão de vacina.
“Não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina. Li a bula e não tomei. Minha filha de 12 anos não tomou. A Michelle [Bolsonaro] tomou nos EUA”, disse em frente à casa onde mora, em Brasília, nessa quarta.
A residência de Bolsonaro passou por busca e apreensão no âmbito da Operação Venire. Segundo a Polícia Federal, uma associação criminosa é acusada de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid nos sistemas do Ministério da Saúde.
Após a busca, a PF intimou Bolsonaro a prestar depoimento na sede da corporação em Brasília. No entanto, o ex-presidente afirmou que não comparecerá. Como não existe mais a figura da condução coercitiva, Bolsonaro pode se recusar a prestar esclarecimentos. Nesse caso, a PF, se achar necessário, pode intimá-lo novamente.
Segundo as investigações, foram inseridas informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para registrar que Bolsonaro, a filha e assessores haviam tomado a vacina contra a covid. De acordo com as investigações, eles não tomaram a vacina, e fraude teria o objetivo de viabilizar a entrada do grupo nos Estados Unidos.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou nessa quinta-feira (4) que a corporação vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro usou cartão de vacina fraudado para entrar nos Estados Unidos.
Rodrigues foi questionado sobre o caso por jornalistas. Ele disse que, se Bolsonaro tiver usado o cartão de vacina adulterado para entrar nos EUA, pode ter cometido crime.