O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que a corporação vai investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro usou cartão de vacina fraudado para entrar nos Estados Unidos.
Na última quarta-feira (3), a PF deflagrou uma operação, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar fraude nos cartões de vacina de Bolsonaro, da filha pré-adolescente e de pessoas do entorno do ex-presidente.
Segundo as investigações, foram inseridas informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para registrar que Bolsonaro, a filha e assessores haviam tomado a vacina contra a covid. De acordo com as investigações, eles não tomaram a vacina, e fraude teria o objetivo de viabilizar a entrada do grupo nos Estados Unidos.
Agentes da PF fizeram buscas e apreensões na casa de Bolsonaro. Na mesma operação, seis pessoas foram presas. Entre elas, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid.
O diretor da PF foi questionado sobre o caso por jornalistas. Ele disse que, se Bolsonaro tiver usado o cartão de vacina adulterado para entrar nos EUA, pode ter cometido crime.
Três viagens
Entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, período referente à investigação da PF sobre fraude do cartão de vacinação, o ex-presidente fez duas viagens oficiais e uma pessoal para os Estados Unidos.
A PF investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a covid nos sistemas do Ministério da Saúde.
Veja quais foram as três viagens de Bolsonaro:
Segundo informações da TV Globo, a fraude nos cartões de vacinação do Bolsonaro e da filha de 12 anos aconteceu em 21 de dezembro passado, pouco antes de viajarem para os EUA (no penúltimo dia de mandato). Após ser lançado no ConecteSUS, é possível gerar um comprovante de imunização. Os dados foram retirados do sistema em 27 do mesmo mês.
Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória.