O presidente do BNDES, Aloizio Mercante, e o presidente do Sebrae, Décio Lima, acertaram que até julho deste ano anunciarão uma linha de crédito exclusiva destinada aos empresários de pequenos negócios. As linhas e os valores que serão disponibilizados ainda estão em estudo, mas a ideia é que seja uma parceria que vá além do crédito.
Décio Lima estuda formas de desenvolver junto ao banco políticas de concessão que irão abarcar assistência aos empresários que precisarem, incluindo capacitação e orientação.
“Nesta parceria iremos desenvolver todo um processo e um conjunto de novas ações que já temos disponíveis e que precisamos do BNDES para que possamos alcançar os empresários na condução das empresas de forma sustentável”, afirma o presidente do Sebrae.
Tanto para o BNDES quanto para o Sebrae será um novo momento. Mercadante afirma que prevê um banco voltado para o atual momento da sociedade e para as suas necessidades atuais.
Linha de crédito
O BNDES anunciou em abril uma linha de crédito de R$ 21 bilhões para microempreendedores individuais (MEIs) e micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O valor será oferecido por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC). No momento, o programa apoia uma carteira de crédito de cerca de R$ 61 bilhões, em que as novas contratações podem representar 30% do volume atual.
“Nós vamos passar estes recursos a 70 instituições financeiras parceiras, garantindo até 80% de cada operação, ajudando a diminuir a crise de confiança de crédito e a oxigenar a economia”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, em coletiva.
O FGI PEAC foi lançado em 2020, durante a pandemia, com um orçamento de R$ 20 bilhões e já fez empréstimos de R$ 115 bilhões a 137 mil empresas. O valor médio dos empréstimos foi R$ 665,4 mil.
O programa se tornou permanente com a Medida Provisória 1.139/22, aprovada pelo Senado em 21 de março deste ano. Agora, seguirá para a sanção da Presidência da República. O objetivo é dar maior estabilidade ao programa e previsibilidade aos empreendedores que precisam de crédito.
Juros altos
De acordo com o Sebrae, mais da metade das pequenas empresas comprometem mais de 30% de seu custo mensal com o pagamento de dívidas. O secretário de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Milton Coelho fez um apelo às entidades para que se pronunciem contra o atual nível da taxa básica de juros.
“Não há fundo público nem privado que sustente uma economia à base de uma taxa de juros de 13,75% ao ano. Precisamos que essa queda seja acelerada para que as políticas possam produzir o resultado a tempo de evitar o fechamento, que já vem ocorrendo, de diversos negócios no Brasil inteiro”, alertou.