A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) nomeou a primeira mulher a assumir a direção de uma Penitenciária Federal no país. Amanda Teixeira, 36 anso, é servidora de carreira da Senappen e assume a direção da Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA), que fica dentro do Complexo da Papuda.
Graduada em Ciências Sociais e Segurança Pública, a policial conta com currículo extenso na área de segurança penitenciária, além de experiência em gestão dentro e fora do órgão. Para Amanda, “o desafio profissional é ainda mais significativo por ter o simbolismo da representação das mulheres”.
Conhecidas por custodiarem os presos mais perigosos do país, as penitenciárias federais são mantidas por servidores de carreira: policiais penais federais, especialistas e técnicos em execução penal. A direção da Penitenciária Federal faz a gestão estratégica da unidade de custódia que abriga presos de perfil específico, que apresentam risco aos estados, organizaram rebeliões ou são chefes de facções criminosas.
Como funcionam
De acordo com a Senappen, ao longo dos 17 anos de história, o Sistema Penitenciário Federal tornou-se referência no combate ao crime organizado. Nas cinco Penitenciárias Federais, que compõem o sistema, não foram registradas rebeliões, fugas ou entrada de aparelhos celulares, segundo a secretaria.
Os cinco presídios possuem 208 vagas cada, que não são ocupadas totalmente, pois é mais fácil a realização de transferência de custodiados de uma para outra em caso de rebelião ou crise. Os cargos de direção das penitenciárias federais são ocupados por servidores de carreira.
Também não há mulheres presas nos locais, todos os custodiados são homens. Os presos são divididos por facção criminosa, por tipo de crime e por informações de inteligência.
Cada penitenciária tem quatro alas e cada ala tem dois blocos já que é a mesma arquitetura para todas. As penitenciárias federais são PFBRA (Brasília/DF), PFCG (Campo Grande/MS), PFCAT (Catanduvas/PR), PFMOS (Mossoró/RN) e PFPV (Porto Velho/RO).
Para Cristiano Torquato, diretor do Sistema Penitenciário Federal (SPF), “a nomeação da primeira mulher diretora de uma penitenciária federal, representa a consolidação de um caminho de inclusão e acolhimento às mulheres que o sistema vem trilhando”.
A direção das outras quatro penitenciárias também vai mudar, no entanto, os nomeados serão homens. Os nomes são indicados pelo diretor do SPF e não há definição de mandato ou tempo no cargo.