O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse no último sábado (6) que as duas derrotas sofridas nesta semana pelo seu governo na Câmara dos Deputados são parte da democracia. No meio da semana passada, trechos de um decreto presidencial mudando o marco do saneamento foram derrubados. E a votação do projeto de lei das fake news foi adiada, na última terça (2), por risco de ser rejeitada.
“Esse é o jogo democrático bom. Quando eu falo com o presidente do Congresso, é o seguinte: não é o Congresso Nacional que precisa do presidente da República, é o presidente da República que precisa do Congresso. Por isso que a gente tem que ser diplomático, por isso a gente tem que ser democrático ao lidar”, disse o petista em Londres, onde acompanhou a coroação do rei Charles III e da rainha Camilla.
Lula disse que está acertando a relação política do governo com o Legislativo. E ressaltou estar dialogando com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
“Se tiver desavenças na política, tudo se acerta. A coisa mais difícil é você estar sempre acertando, são 513 deputados e um só coordenador político, então, às vezes, pode haver um certo desacordo, que nós vamos acertar. Na política, tudo tem jeito. Eu digo sempre que a única impossível é Deus pecar. O resto, tudo é possível”, afirmou.
Lula fez uma defesa pública do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O ministro têm sido criticado por deputados e senadores por demorar a cumprir acordos. O presidente afirmou que ele é a referência do governo na relação com os congressistas.
“O Padilha é o que o País tem de melhor na articulação política. O fato de você, muitas vezes, acertar ou, muitas vezes, você errar, nós temos que pensar no que aconteceu”, afirmou.
Na quinta (4), o presidente mandou indireta ao seu auxiliar cobrando mais resultados na relação com o Congresso. A fala foi em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. Lira tinha feito dura crítica ao ministro petista, dizendo que a articulação política era o maior problema do governo.
“Quero reconhecer o trabalho extraordinário do ministro Alexandre Padilha. Eu espero que ele tenha a capacidade de organizar e de articular que ele teve no conselho, dentro do Congresso Nacional. Aí vai facilitar a minha vida”, disse.