Entre as inúmeras justificativas de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a demora na indicação de seu advogado, Cristiano Zanin, o candidato favorito à vaga de Ricardo Lewandowski ao Supremo Tribunal Federal, está a pauta de votações do Senado.
Isso porque o Senado ainda não fez nenhuma votação importante para que o governo possa mapear o tamanho da sua base aliada naquela Casa.
O que ocorreria se Lula enviasse o nome de Zanin agora? Assim que pautada, a indicação dele seria o primeiro teste de fogo do presidente entre os senadores.
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O presidente Lula está decidido a indicar Zanin para ministro do Supremo. Lula manifestou a convicção em conversas com vários interlocutores, recentemente, e não escondeu a contrariedade com os fortes ataques a Zanin por parte de petistas.
Um desses diálogos ocorreu quando o presidente esteve em Lisboa, no mês passado. Em reunião reservada, com a presença de empresários, Lula disse não estar preocupado com possíveis repercussões negativas por escolher seu advogado.
Ainda nesta semana, Lula pretende ter uma conversa definitiva sobre o assunto com Lewandowski, que completa 75 anos nesta quinta-feira (11). O candidato favorito de Lewandowski é o advogado Manoel Carlos de Almeida Neto, que trabalhou na Corte e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente foi informado, porém, de que o ex-ministro entenderia se essa não fosse sua primeira escolha e quer conferir se ele pode fazer um gesto de apoio a Zanin.
Além disso, Lula vai se reunir com outros ministros do STF, como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, para ter certeza do melhor momento para apresentar sua indicação. Não fez isso até agora por causa da agenda atribulada, entremeada por viagens internacionais e problemas na articulação política com o Congresso.