O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve assinar nesta semana, em sua participação na cúpula do G7, um documento que terá como foco a segurança alimentar e o impacto da Guerra na Ucrânia no fornecimento mundial de alimentos. A perspectiva é de que haja endurecimento de sanções contra a Rússia.
Com embarque previsto para a quarta-feira (17) e chegada ao Japão na sexta-feira (19), o presidente brasileiro participará de eventos da cúpula dos países mais ricos do mundo no próximo fim de semana. Entre os participantes estão Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão.
Antes da viagem, o governo permanece em negociação com parlamentares para tentar destravar nomeações de cargos e buscar aprovação da proposta de novo marco fiscal. Esta será a sétima participação de Lula no encontro. A última presença de um chefe de Estado do Brasil foi na edição de 2009.
A expectativa é que as reuniões resultem em dois documentos diferentes, um deles assinado pelos líderes dos países mais ricos e um outro com o aval dos países convidados, como é o caso do governo brasileiro.
Segundo o embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de assuntos econômicos e financeiros do Itamaraty, inevitavelmente haverá citação à Guerra na Ucrânia.
“Como é uma declaração sobre segurança alimentar e há efeitos da Ucrânia no acesso a alimentos, uma referência ao conflito deverá ser feita no documento. Naturalmente, o governo brasileiro está negociando a linguagem. Há outros países que não fazem parte do G7 e têm posições não coincidentes com as visões dos países do G7. É um processo de negociação normal, com objetivo de atender interesses de todas as partes envolvidas”, ressaltou em conversa com a imprensa .
Ainda segundo Lyrio, na cúpula, Lula comentará a proposta de mediação para a paz. “A questão do desenvolvimento econômico e social dos países em desenvolvimento é sempre um tema do presidente em cúpulas internacionais, assim como a mensagem de paz que tem levado às reuniões internacionais, ou seja, a necessidade de que se pense no tema da paz para a superação dos conflitos existentes”, completou.
Participação brasileira
O convite para Lula participar da cúpula do G7 é visto pela diplomacia brasileira como sinalização do prestígio internacional de Lula. Em 2022, foram convidados pelas nações industrializadas a Argentina, Índia, África do Sul, Indonésia e Senegal.
Entre as prioridades para os debates planejados pelo governo japonês estão o conflito na Ucrânia; a dinâmica inflacionária mundial e o enfrentamento das vulnerabilidades dos países de média e baixa renda; transição energética; crise climática e saúde pública.
Além dos debates, Lula tem confirmados encontros com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, e com o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida. Outros encontros estão sendo alinhados pelas equipes do Planalto e do Itamaraty.