As recentes declarações do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de que para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se candidatar à Presidência da República precisa estar filiado ao seu partido, levaram Marcos Pereira, presidente do Republicanos, a mandar mensagens para o colega.
“Se o Tarcísio for candidato à Presidência da República, vai ter que sair com o 22 (número do PL). Ele teve 900 mil votos em São Paulo de pessoas que, em vez de apertarem o 10 (número do Republicanos), apertaram o 22 no segundo turno”, afirmou Valdemar.
No diálogo mais recente, Marcos Pereira escreveu: “Com um amigo deste, não preciso de inimigo”. A fala veio na sequência da aspa do presidente do PL alegando que Tarcísio terá de se filiar ao PL caso queira ser presidenciável. A mensagem vem seguida de risos.
Na avaliação de Pereira, o argumento do dirigente do PL está equivocado. Para ele, há o outro lado da moeda: cerca de 300 mil paulistas apertaram o “10” na urna para presidente da República no segundo turno.
Em outro momento, também comentando uma declaração parecida de Valdemar em entrevista ao Valor, Pereira questiona: “quer dizer que você quer ‘roubar’ meu governador?”. E Valdemar diz: “Não. Você eu tenho que agradar.”
Nome forte
O governador paulista é o nome favorito para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em caso de inelegibilidade, segundo a pesquisa do Genia/Quaest, realizada em abril. Segundo o levantamento, Tarcísio tem 21% das intenções de voto em um cenário sem Bolsonaro. Em seguida, aparecem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com 15%, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 10%. O senador Flávio Bolsonaro (PL) pontuou 5%.
Tarcísio de Freitas é ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e foi apoiado pelo ex-presidente durante toda a campanha ao governo.
Nomeação
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, fechou um acordo com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para emplacar alguém de sua confiança na próxima vaga a ser aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP). A mudança está prevista para ocorrer em setembro, quando o conselheiro Edgard Camargo Rodrigues deve se aposentar.
A tratativa coloca Tarcísio novamente em rota de colisão com seu partido, cujas lideranças alegam ser escanteadas na gestão do Executivo paulista e classificam a influência de Valdemar como “interferência indevida”. No Republicanos, o deputado estadual Gilmaci Santos se coloca como candidato ao cargo na Corte.