Uma criança diagnosticada com surdez bilateral desde o nascimento passou a escutar após ser adotada por um casal do Rio de Janeiro. A pequena Ana foi acolhida pela dentista Priscila Hiromi, de 38 anos, e pelo arquiteto Rafael Távora, de 36, quando ainda era recém-nascida e passou a ouvir os primeiros sons três semanas depois que passou a morar com os pais.
Os pais manifestaram o interesse, no formulário de adoção, de adotar uma criança com alguma deficiência. Quando foram chamados, conheceram Ana, ainda bebê, e comemoraram. Três semanas depois, quando a menina já morava com eles, ela começou a chorar quando um aspirador de pó foi acionado na casa.
“A porta batia, o cachorro latia e ela nem piscava, realmente não escutava nada. Com três semanas [que estava com o casal], ela escutou pela primeira vez o aspirador de pó. Estava brincando com minha mãe e minha sogra e ela se assustou e chorou. Foi a primeira vez que ela escutou alguma coisa. Barulhos mais baixos ela começou a escutar. Fazia um barulhinho e ela escutava”, contou a mãe à Rede Globo.
Curiosos e surpresos, o casal levou Ana a uma consulta com uma fonoaudióloga, que afirmou que a bebê não ouvia nada antes, mas os exames revelaram que não havia má formação nem dano permanente no canal auditivo, sinal de que a surdez poderia ser superada.
A primeira hipótese levantada pela médica foi a existência de catarro no canal auditivo, que foi a primeira etapa do tratamento a que a criança foi submetida. A garota também tomou antibiótico, fez lavagem no nariz, nebulização e fisioterapia respiratória. Até mesmo o leite dado à bebê foi trocado por orientação da fonoaudióloga para evitar a produção de mais muco.
O tratamento obteve êxito: os pais afirmam que em três semanas a garota já ouvia bem e agora, que está com 1 ano e cinco meses, escuta perfeitamente.
Além da realização do teste e reteste, é necessário que se garanta o monitoramento e acompanhamento do desenvolvimento da audição e linguagem e, sempre que necessário, o diagnóstico e a reabilitação. É fundamental que esse monitoramento ocorra mensalmente durante todo o primeiro ano de vida da criança.
Fonte: O Sul