O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro têm primeira crise por escolha de candidatos para 2024. Costa Neto pretende vetar algumas escolhas de Bolsonaro para a disputa municipal em 2024. Uma delas seria a candidatura de Onyx Lorenzoni a prefeito de Porto Alegre.
Pessoas próximas a Costa Neto dizem que o ex-presidente quer dar chance a aliados que saíram derrotados nas eleições passadas, sem pensar na melhor estratégia eleitoral para a sigla. Em Goiânia (GO), Bolsonaro defende o ex-deputado Major Vitor Hugo, que perdeu a eleição ao governo estadual, no ano passado. O mesmo tem ocorrido no Recife (PE) e em Porto Alegre (RS), onde o capitão insiste na candidatura dos ex-ministros Gilson Machado Neto e Onyx. Gilson tentou uma vaga ao Senado, enquanto Onyx concorreu ao Palácio Piratini, mas sem êxito.
O clima ficou mais tenso porque Valdemar já havia garantido a Bolsonaro o direito a bater o martelo nas candidaturas em cidades onde o ex-presidente teve os melhores resultados na eleição de 2022.
No Rio de Janeiro, em São Paulo, Roraima, Mato Grosso e nos Estados do Sul do País a decisão será negociada diretamente com Bolsonaro. O PL tem uma fila de pretensos candidatos. A estimativa é de três candidatos por vaga.
Vetos e apoios
Há locais em que Bolsonaro já bateu o martelo. No Rio, o ex-presidente barrou a candidatura do filho Flávio após analisar pesquisas. Com a saída de Flávio, ao menos dois nomes do bolsonarismo despontam como possíveis candidatos à Prefeitura do Rio: o dos deputados federais Eduardo Pazuello (PL-RJ) e Dr. Luizinho (PP-RJ).
Em João Pessoa, Bolsonaro avisou ao deputado federal Cabo Gilberto, presidente do diretório municipal, que a vaga é do ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga. O presidente afirma que seu ex-ministro tem mais visibilidade.
Queiroga foi ministro da saúde durante a pandemia de covid, quando o governo Bolsonaro se posicionou contra a vacina. A postura do governo na pandemia é apontada no PL como responsável pela derrota para Lula nas urnas.
Bolsonaro teve poucos votos na Paraíba nas eleições de 2022 e terminou o segundo turno com 33,38% dos votos. No entanto, na capital, conseguiu um desempenho melhor, com 49,9%. Cientes de que Lula tem vantagem no Nordeste, o PL vai tentar construir um cinturão da direita para tentar tirar votos do petista.
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem a legenda na mira para a vaga de vice em sua chapa no ano que vem. Também estaria na disputa o Republicanos, sigla do governador paulista Tarcísio de Freitas. Ambas compõem a base do prefeito na Câmara Municipal.