O governo Luiz Inácio Lula da Silva emitiu nesta segunda-feira (22) nota em que “repudia nos mais fortes termos” os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Jr, do Real Madrid, em jogos da liga espanhola.
O comunicado é assinado de forma conjunta pelos ministérios de Relações Exteriores, Igualdade Racial, Esporte e Direitos Humanos e Cidadania.
No texto, o governo pede que as “autoridades governamentais e esportivas da Espanha” tomem providências para punir os autores dos atos de racismo e evitar que eles se repitam.
O governo brasileiro cita nominalmente, na nota, a FIFA (Federação Internacional de Futebol), a Federação Espanhola e a “LaLiga”, como é conhecida a primeira divisão do campeonato espanhol. Mais cedo, a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, classificou os atos de racismo como “mal” que precisa ser combatido “na raiz”.
O Itamaraty vai chamar a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para explicações após o episódio racista deste domingo, em que Vini Jr. foi chamado de “macaco” por torcedores do Valencia.
Do Japão, ainda na noite de domingo (no horário brasileiro), o presidente Lula (PT) manifestou solidariedade ao jogador, e cobrou ações por parte de autoridades do futebol espanhol.
“É importante que a Fifa e a liga espanhola tomem sérias providências, porque nós não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dos estádios de futebol”, disse Lula.
No dia 10 de maio, Brasil e Espanha assinaram um acordo bilateral para o combate ao racismo e à xenofobia.