Grandes nomes da política nacional e estadual se reuniram com representantes dos setores produtivos gaúchos nesta segunda-feira (22) para debater sobre as propostas da reforma tributária que estão sendo discutidas na Câmara dos Deputados. O evento foi promovido pela Federação e Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs/Ciergs) e pela Fecomércio-RS.
No encontro, a Fiergs e o Ciergs, bem como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), se posicionaram a favor da reforma, especialmente do último relatório da PEC 110/2019, do Senado Federal. Segundo as entidades, a aprovação de um sistema tributário mais simplificado trará mais competitividade para as empresas e incentivará o crescimento econômico sustentável.
“O grande pagador de impostos hoje é a indústria. Então, mais setores têm que pagar, para que todos paguem menos. Com isso, teremos uma carga tributária mais equalitária e esperamos que o país ande mais. E por andar mais, cresça mais e aí arrecade mais impostos, mas não em termos de carga, e sim de volume”, defendeu o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Uma das principais mudanças com a reforma seria a criação de um imposto único sobre o consumo, em substituição ao IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS, por exemplo. Para o gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Carraro Telles, o modelo “facilita a forma de pagamento, diminui os custos operacionais e estabelece a cobrança não cumulativa, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros, tanto no mercado interno quanto externo”.
Outro ponto de destaque é o modelo de gestão e cobrança de impostos compartilhada entre estados e municípios. “Vamos migrar de um federalismo competitivo para um movimento colaborativo. Dessa forma, deixa de ser uma disputa entre os entes da federação e vira uma união em prol de benefícios em comum”, ressaltou o secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy.
A expectativa do governo federal é votar a proposta ainda no primeiro semestre na Câmara dos Deputados e enviar na sequência para o Senado. O coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Câmara, deputado federal Reginaldo Lopes, se mostrou otimista com a aprovação: “Após 40 anos, há agora uma verdadeira disposição para a reforma, com colaboração das lideranças e posição favorável de todos os setores da economia”.