Além do salário de 41 mil reais como presidente do PL Mulher, o braço feminino de seu partido, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro encontrou uma nova fonte de renda neste ano. Com mais de 6 milhões de seguidores no Instagram, Michelle tem usado a rede para fazer a publicidade de roupas e de produtos de beleza.
O negócio é lucrativo. Somente o vídeo em que ela aparece passando um creme no rosto do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, rendeu um retorno no valor de 60 mil reais, cifra recebida com base em comissão sobre a venda de produtos.
Longe da Presidência, Bolsonaro também não tem passado dificuldades. O ex-presidente tem como fonte de renda os rendimentos provenientes das aposentadorias da Câmara e do Exército, além do salário pago pelo PL, o seu partido – algo que ultrapassa os 80 mil reais por mês.
Crise de Labirintite
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi levada na semana passada a um hospital de Brasília após sentir um mal-estar. De acordo com a assessoria da presidente nacional do PL Mulher, a suspeita é de crise de labirintite, mas ainda não há um diagnóstico fechado. Na quinta (25), a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda estava recebendo atendimento.
“O estado de saúde da Presidente Nacional do PL Mulher é estável e ela deverá retornar para suas atividades profissionais nos próximos dias”, informou sua assessoria, em nota.
Devido ao mal estar, Michelle cancelou a participação no evento com lideranças do PL que acontecia em Brasília. A presença da ex-primeira dama era esperada no encontro com representantes de diretórios regionais e com as presidentes da ala feminina da legenda. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, participam do evento o cacique Valdemar Costa Neto e o ex-ministro Walter Braga Netto, atual responsável pela articulação do PL.
Com atuação considerada por aliados como ainda tímida no pós-eleição de 2022, o PL planeja intensificar a agenda de compromissos partidários de Michelle e Bolsonaro nos próximos dias. No início de junho, um evento com a ex-primeira-dama deve acontecer com lideranças femininas no Mato Grosso.
De olho nas eleições municipais de 2024, a maior preocupação da direção da sigla tem sido aumentar a capilaridade do partido e dar início à participação efetiva do casal em eventos públicos do PL – a demora e a inconsistência na “estreia” do casal foram duramente criticadas por aliados do ex-presidente.
Interlocutores da cúpula do partido, no entanto, atribuem o “banho-maria” ao bloqueio de recursos partidários determinado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, no final do ano passado. A sigla foi multada em 22,9 milhões de reais após pleitear junto à Corte Eleitoral a anulação dos votos de urnas eletrônicas anteriores a 2020 e que foram utilizadas no pleito de 2022. Depois de o partido quitar a multa, em meados de fevereiro, Moraes liberou cerca de 2,6 bilhões de reais da sigla e autorizou a volta dos depósitos mensais do Fundo Partidário.