O PL, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Câmara dos Deputados vão abandonar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no Conselho de Ética da Casa.
Zambelli, bolsonarista de primeira hora, é um dos alvos dos processos instaurados nessa terça-feira (30) no colegiado – no caso dela, por xingar e constranger o deputado Duarte (PSB-MA) durante uma audiência na Câmara.
O processo pode levar à cassação da deputada mas, a expectativa é que a punição seja – em um primeiro momento, mais branda – uma suspensão por 90 dias. Se ela não se enquadrar, relatam líderes do Centrão, ninguém fará esforço para salvá-la de uma cassação.
A alternativa – vista como um primeiro “susto” a Zambelli – faz parte de um plano da oposição de acenar com um nome forte para conseguir a suspensão de um nome de esquerda também pelo conselho.
Em conversa recente com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro disse que não quer saber de Zambelli e que ainda atribui a ela a derrota no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
No sábado anterior à votação, Zambelli foi flagrada apontando uma arma para um homem negro no meio da rua em São Paulo. O episódio repercutiu negativamente e reforçou a associação entre o bolsonarismo e a violência armada.
No entorno de Bolsonaro, o entendimento é a eventual cassação de Zambelli pode sinalizar aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o ex-presidente – alvo da Corte pelos atos golpistas de 8 de janeiro – está se afastando dos radicais.
Fake news
Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou multa de R$ 30 mil contra Zambelli por propagar em redes sociais vídeos inverídicos e gravemente descontextualizados sugerindo que urnas eletrônicas estariam sendo manipuladas em um sindicato. De acordo com a falsa notícia veiculada, o sindicato teria relação com o então candidato a presidente Lula e com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Todos os ministros decidiram pela punição ao julgarem representação movida pela coligação Brasil da Esperança contra a parlamentar. A Corte também determinou a remoção imediata do conteúdo irregular que, porventura, ainda circule nas redes sociais.
O Plenário entendeu que o vídeo produzido e veiculado por Zambelli, em setembro de 2022 em seu canal oficial no YouTube, e reproduzido tanto na plataforma quanto no Twitter e no Kwai, transmite desinformação, induzindo o eleitor a crer que teria ocorrido fraude no processo eleitoral.
A peça mostra o procedimento de carga e lacração de urnas, em espaço físico no Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção de Itapeva, que fora previamente requisitado pela Justiça Eleitoral para a preparação das urnas para as Eleições 2022.