Uma mulher de 34 anos que matou o filho recém-nascido e deixou o corpo em uma lixeira em Tramandaí (Litoral Norte), em 2017, vai a júri popular a partir das 9h desta quinta-feira (1º). A acusação é homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima), além da ocultação de cadáver.
Antes do interrogatório da ré, serão ouvidas quatro testemunhas (três de acusação e uma da defesa). De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), o crime teve em sua origem a decisão de esconder da família e do marido a gestação do bebê.
O objetivo foi alcançado por meio do uso de cintas abdominais e outros recursos de improviso. Mas no fim da noite de 11 de junho de 2017, a mulher entrou em trabalho de parto dentro do banheiro de casa, no balneário de Nova Tramandaí.
Ação despercebida
Para manter o segredo, ela introduziu uma bucha de papel na boca do bebê, a fim de silenciá-lo e causar a sua morte. Em seguida, colocou a criança e a placenta em uma sacola plástica no armário do cômodo, antes de providenciar a limpeza do local para não levantar suspeitas. Ninguém percebeu.
No início da tarde seguinte, a sacola e todo o seu conteúdo foram deixados em uma lixeira na avenida Rubem Berta, em Tramandaí. O pequeno corpo foi encontrado, horas depois, por um reciclador. Ele acionou a Brigada Militar (BM) e a investigação acabou esclarecendo o que havia ocorrido.
(Marcello Campos)