A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar um possível crime de racismo que ocorreu durante uma partida de vôlei em Júlio de Castilhos. O caso aconteceu no sábado (27) durante o Campeonato Municipal de Voleibol, no ginásio municipal Mário Villamil de Vargas. A vítima, que é atleta de uma das equipes, registrou ocorrência após ser alvo de insultos racistas por parte da torcida do time adversário.
Os suspeitos, um pai de 52 anos e sua filha de 22 anos, foram identificados e conduzidos à Delegacia de Polícia para prestar depoimento. No entanto, eles negaram as acusações de conduta discriminatória. Testemunhas também foram ouvidas e um vídeo que registra as ofensas foi anexado ao inquérito. A Polícia Civil continuará ouvindo outras pessoas presentes no local, incluindo as mencionadas pela vítima e pelos suspeitos.
Caso sejam indiciados, os suspeitos podem responder pelo crime de racismo, sujeitos a uma pena de 2 a 5 anos de prisão, de acordo com a Lei n.º 14.532/2023, que altera a Lei do Crime Racial. A prefeitura de Júlio de Castilhos afirmou que repudia qualquer tipo de ato discriminatório e irá se manifestar oficialmente após a conclusão do inquérito.
É importante destacar que o crime de racismo é imprescritível, ou seja, não prescreve, e não é passível de anistia, indulto ou fiança. Além disso, a pena pode ser aumentada quando o crime é cometido por duas ou mais pessoas e durante atividades recreativas.
Em relação aos eventos esportivos, está em tramitação na Câmara de Vereadores de Júlio de Castilhos um projeto de lei que busca instituir a Justiça e o Código Disciplinar para atuar nesses eventos esportivos municipais. O projeto contempla sanções que vão desde advertências até a eliminação de equipes por conduta indisciplinar de algum atleta, porém, até o momento, não aborda injúrias e insultos praticados por torcedores.