O governo do Rio Grande do Sul disponibilizou nesta segunda-feira (30) uma cartilha sobre Escuta Infantil, elaborada a partir do trabalho realizado pelo Ceipi (Comitê Intersetorial pela Primeira Infância), coordenado pelo Gabinete do Vice-Governador. O documento apresenta o passo a passo e as orientações para que gestores públicos possam ouvir as crianças e elaborar políticas públicas voltadas às infâncias.
Para o vice-governador Gabriel Souza, a cartilha é mais uma entrega do Ceipi, cuja tarefa principal é construir o Plano Estadual pela Primeira Infância. “Estamos realizando uma série de audiências públicas pelo Estado no intuito de ouvir as comunidades locais, mas a escuta infantil é uma iniciativa muito enriquecedora, que pode ser realizada pelo próprio município, permitindo compreender a percepção das próprias crianças sobre o que elas esperam para o seu futuro”, explica.
Para Gabriela Martins e Cristiane de Oliveira, responsáveis pela organização do texto, o documento aborda a escuta enquanto direito da criança, a qual, ao ser ouvida, pode participar ativamente da formulação de políticas públicas que lhe dizem respeito. “Além disso, a cartilha também apresenta um caminho metodológico para a realização de uma escuta acolhedora, criativa e que permite que as crianças se sintam à vontade para participar”, explica Cristiane, que integra a Equipe Estadual do Primeira Infância Melhor.
Sobre a cartilha
A cartilha está dividida em três partes: a primeira retrata o marco teórico e legal, o qual descreve a história dos processos da infância; o marco legal da primeira infância e a explicação sobre a importância da escuta infantil para a produção de políticas públicas relacionadas a essa faixa etária.
Na sequência, os aspectos metodológicos para a escuta de crianças são aprofundados, trazendo a contextualização dos atores que fazem parte do processo de escuta, o posicionamento dos adultos responsáveis, a quantidade de pessoas envolvidas e suas funções, o acolhimento e a preparação do espaço físico, as combinações iniciais, o consentimento de responsáveis e crianças e o uso responsável do material coletado.
A última parte mostra as atividades e estratégias a serem utilizadas com as crianças, descrevendo os locais adequados, chamados de espaços brincantes, que as estimulam e as confortam, mesmo que não estejam em suas moradias ou locais de conhecimento prévio.
O capítulo aborda ainda a importância dos desenhos, as identificações como ferramentas de trocas e de ambientação, a contação de histórias e suas conexões com as crianças, além de relacionar as principais perguntas disparadoras para que outras pessoas possam ter essas ferramentas para escutas de qualidade.
Capacitação para os municípios
Com objetivo de instruir equipes e educadores dos municípios sobre o conteúdo da cartilha, representantes do Ceipi promoverão encontros online para oferecer a capacitação A escuta infantil no âmbito da construção de políticas públicas para a primeira infância.
As capacitações ocorrerão nos dias 10 de novembro e 1º de dezembro irão disponibilizar conhecimentos e ferramentas que subsidiem profissionais de diferentes áreas para a realização de atividades para a escuta de crianças, com o propósito de construir o Plano Estadual pela Primeira Infância do RS.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul