O desabamento parcial de um ginásio esportivo durante temporal em Giruá (Noroeste gaúcho) matou uma mulher e feriu ao menos 60 pessoas. Elas participavam de evento no local quando foram atingidas pelo teto de zinco e outros escombros, na noite de quarta-feira (15). A prefeitura decretou situação de emergência no município e luto oficial de três dias pelo óbito da fisioterapeuta Isabeli Soardi, 26 anos.
Com ferimentos graves, duas pessoas foram conduzidas a hospitais de cidades vizinhas. A tempestade também danificou outros 100 imóveis em diferentes bairros. Os principais prejuízos envolveram destelhamento.
Desde outubro a cidade vem sendo atingida por um volume atípico de chuvas, o que dificulta a execução de reparos de infraestrutura e amplia a lista de estragos.
Devido à queda de postes, o fornecimento de energia elétrica para parte da região norte da cidade foi interrompido. Os ventos também derrubaram árvores que chegaram a interditar, parcial ou integralmente, o trânsito de veículos.
Não há registros de munícipes desalojados ou desabrigados. Mas a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros tiveram que providenciar lonas para as famílias cujas casas acabaram destelhadas.
“O momento está difícil para Giruá”, declarou o prefeito Ruben Weimer. “A cidade foi atingida por este vendaval; esta quadra esportiva foi atingida e este foi o maior dano. Havia uma concentração de pessoas lá, fazendo suas práticas esportivas, com suas famílias, e várias delas foram atingidas pelos escombros.”
Governo federal
Em sua página no X (antigo Twitter), o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, repercutiu a ocorrência:
“Lamentavelmente, tivemos mais um evento climático no Rio Grande do Sul. Minha solidariedade às famílias do município de Giruá que foram atingidas pelo temporal. Este é um ano difícil para nosso estado, que exige de nós união e sensibilidade. O governo federal continua no trabalho de apoio ao povo gaúcho.”
Chuva persistente
Desde julho deste ano, quando choveu em Porto Alegre 32% acima da média histórica para o mesmo mês, todo o Rio Grande do Sul vem registrando a ocorrência de chuvas persistentes e volumosas.
A situação se agravou a partir de setembro. Só entre os dias 21 e 28 de setembro, 51 cidades contabilizaram prejuízos causados por ocorrências climáticas como tempestades, granizo, inundações e enxurradas que, só no período, forçaram 1.635 pessoas a deixarem suas residências e, temporariamente, alojarem-se em casas de parentes, amigos ou em hotéis e pousadas. Outras 624 pessoas que não tinham para onde ir tiveram que ir para abrigos municipais ou de instituições de caridade.
Na terça-feira (14), o Fundo Estadual de Defesa Civil aprovou a liberação de R$ 60 milhões para municípios gaúchos atingidos por desastres naturais entre 4 de setembro e 1º de novembro. Do total, R$ 400 mil estão reservados para cidades em situação de emergência declarada ou homologada pelo governo estadual. Os outros R$ 600 mil, para municípios com estado de calamidade pública.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul