O ICEI-RS (Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho), divulgado nesta quinta-feira (23) pela Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), recuou 0,6 ponto na passagem de outubro para novembro.
Passou de 48,5 para 47,9 pontos, a pior pontuação dos últimos cinco meses, 15 pontos a menos do que setembro de 2022, o pico mais próximo. O resultado mantém o ICEI-RS abaixo da linha divisória de 50, faixa que denota falta de confiança, pelo 13º mês consecutivo.
Segundo o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, a indústria gaúcha ainda sofre os efeitos da incerteza econômica e dos juros elevados sobre a demanda doméstica – em especial os investimentos – e o crédito, além dos eventos climáticos adversos.
“Desde o final do ano passado, os empresários gaúchos não demonstram confiança na economia brasileira, o que deve manter o emprego e os investimentos contidos, dificultando a reversão, nos próximos meses, da trajetória de declínio do setor”, afirma Petry. A pequena baixa da confiança industrial registrada foi puxada pela piora das expectativas para os próximos seis meses.
O Índice de Condições Atuais oscilou de 43,3, em outubro, para 43,6 pontos este mês, e, abaixo dos 50, mantém a indicação de piora nos últimos seis meses. Já o Índice de Condições da Economia Brasileira, que passou de 38,5 para 38 pontos no período, mostra que o cenário econômico doméstico, na avaliação dos empresários gaúchos, segue se deteriorando.
No penúltimo mês do ano, a parcela de 47,1% de empresários que percebem piora na economia brasileira é quase dez vezes superior àqueles que veem melhora, apenas 4,8%. As condições atuais das empresas também pioram, mesmo com alta de 0,6 ponto em novembro em relação a outubro, para 46,4.
A perspectiva dos empresários consultados na pesquisa piorou para os próximos seis meses. O Índice de Expectativas para o período atingiu 50 pontos, recuo de 1,1 em relação a outubro. Portanto, as perspectivas dos empresários gaúchos deixaram de ser ligeiramente otimistas e passaram para neutras.
O índice geral sobre a marca divisória dos 50 reflete os resultados distintos de seus dois componentes: pessimismo com a economia brasileira e otimismo com a própria empresa.
No primeiro caso, o pessimismo aumentou: o Índice de Expectativas da Economia Brasileira caiu de 44,4 para 43,6 pontos. Em novembro, 32,1% dos empresários demonstram pessimismo com o cenário econômico nos próximos seis meses ante 12,8% que estão otimistas.
Por fim, o Índice de Expectativas das Empresas é, entre todos, o de maior pontuação e o único acima dos 50 pontos, o que revela otimismo. Mas, em novembro, foi o componente que mais influenciou a queda das expectativas e, por consequência, da confiança, ao recuar 1,2 ponto ante outubro, alcançando 53,2.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 13 de novembro e, portanto, ainda não contempla os reflexos da elevação do Piso Regional, aprovada no dia 14, e do anúncio da intenção de elevação das alíquotas de ICMS por parte do Governo do Estado, no dia 16. Foram consultadas 187 empresas, sendo 48 pequenas, 64 médias e 75 grandes.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul