O governo do Estado assinou nesse sábado (2), durante a programação da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28), a sua adesão ao grupo de entes subnacionais comprometidos com a redução de emissões de metano (CH4) na atmosfera.
A formalização da adesão ocorreu durante o encontro “Estados e regiões: impulsionando a ação climática local” e foi feita pelo vice-governador Gabriel Souza. Também participou da agenda a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.
“O Rio Grande do Sul tem vivido eventos climáticos extremos que evidenciam o impacto do aquecimento global. Só em 2023, já enfrentamos uma dezena de ciclones, além de três anos seguidos de estiagem. Esta assinatura reforça o nosso compromisso com uma agenda focada na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente”, reforçou o vice-governador.
Marjorie complementou que o Rio Grande do Sul é pioneiro em estudos sobre o tema. “Considerando que o Estado se situa em posição de vanguarda com relação às pesquisas científicas relacionadas à redução de emissões de metano advindas da cadeia agropecuária, além de se beneficiar da participação na iniciativa, pode oferecer importantes contribuições para metas globais”, destaca a secretária.
A iniciativa global, capitaneada pelo governo da Califórnia e consolidada na COP28, em alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris, prevê a promoção de ações locais e a busca por recursos para custear projetos de mitigação das emissões nos territórios dos entes signatários.
O documento ressalta que, embora mais de 150 países tenham concordado com o esforço coletivo de redução em ao menos 30% até 2030, o cumprimento da meta exigirá comprometimento em todos os níveis, justificando uma declaração de intenções voltada especificamente para os estados.
Cenário
O Gás de efeito estufa (GEE), o metano é 80 vezes mais impactante que o gás carbônico (CO2) para o aquecimento global. As maiores fontes de emissão em nível mundial são a agricultura (atividades agrícolas e pecuárias), a energia (gás natural, carvão e petróleo, por exemplo) e os resíduos (aterros sanitários e águas residuais).
No Rio Grande do Sul, estima-se que aproximadamente 50% das emissões de GEE tenham origem nos sistemas de produção agropecuária, diferentemente do padrão global, em que o sistema energético é o principal responsável pelas emissões. Devido ao processo de ruminação e digestão dos animais, a produção de metano se mostra especialmente relevante na pecuária bovina, uma das principais atividades econômicas gaúchas.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul