Pesquisa mensal realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais brasileiras aponta Porto Alegre como a única onde o preço médio da cesta básica não variou em novembro: R$ 739,18, terceiro maior valor do País, após liderar o ranking em outubro. O valor abrange 13 itens, em um kit no qual a batata teve o maior aumento (13,17%) e o tomate a queda mais acentuada (-3,85%).
Em âmbito nacional, a pior alta ocorreu em Brasília, com 3,06%. Já a principal queda se deu em Natal (RN), com redução de 2,55%. Já a cesta mais cara foi constatada em São Paulo, onde custou R$ 749,28 no mês passado – em outubro, essa liderança coube a Porto Alegre.
Nas capitais das Regiões Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais áreas pesquisadas, os menores valores médios tiveram como cenário Aracaju (SE) com R$ 516,76, João Pessoa (PB) com R$ 548,33 e Salvador (BA) com R$ 550,86.
A entidade ressalta, ainda, que o salário-mínimo ideal no 11º mês do ano seria de R$ 6.294. O valor equivale a 4,77 vezes o atual (R$ 1.320), em um cálculo que tem por base o kit mais alto – desta vez em São Paulo – e as despesas básicas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Como funciona
Identificado pela sigla PCNBA (Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos), o levantamento contínuo do Dieese (sediado em São Paulo) abrange 13 produtos considerados essenciais no cardápio da população. A lista está detalhada no site oficial dieese.org.br: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, manteiga e banha/óleo.
O estudo foi implantado em 1959 na cidade de São Paulo, a partir dos preços coletados para o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV). Ao longo das décadas, a abrangência foi ampliada para um total de 17 das 27 capitais. Esses itens básicos têm sido definidos por um decreto federal vigente desde 1938, quando promulgado pelo então presidente Getúlio Vargas – que também regulamentou o salário-mínimo no Brasil e outros direitos trabalhistas.
A determinação é de que os 13 produtos alimentícios sejam estipulados em quantidades suficientes para garantir o sustento e o bem-estar de um trabalhador em idade adulta durante o período de um mês. Tanto a composição da cesta como as quantidades de cada componente são diferenciados por três grupos de Estados, de acordo com os hábitos alimentares locais.
O Rio Grande do Sul está inserido na chamada “Região 3”, onde questões culturais e outros aspectos fazem com que o consumo de carne, por exemplo, seja costumeiramente maior que nas demais áreas do País. “Os dados permitem que todos os segmentos da sociedade conhecer, estudar e refletir sobre o valor da alimentação básica no País”, ressalta o site do Departamento.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul