Os setores com altas mais expressivas foram veículos, motocicletas e peças (10,5%), seguidos de artigos farmacêuticos e médicos (5,8%) e combustível e lubrificante (5,6%). O pior desempenho foi o atacadista de alimentação e bebidas, com redução de 12,5%, acompanhado de jornais, livros, revista e papelaria (-9,3%) e tecidos, vestuário e calçados (-8,1%).
“Ao longo do ano de 2023, observamos uma desaceleração no ritmo de crescimento das vendas no comércio. Esse fenômeno indica que as vendas mantiveram-se ascendentes, contudo, a um ritmo mais moderado em comparação com períodos anteriores. No cenário estadual, o crescimento concentrou-se principalmente nos setores ligados à mobilidade e em produtos essenciais”, afirmou o presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner.
Destaca-se que a queda significativa registrada em setembro, mês marcado por enchentes que impactaram o estado, acentuou ainda mais o processo de desaceleração nas vendas. “Essa conjuntura revela a influência de fatores externos no desempenho comercial, reforçando a necessidade de análises mais detalhadas para compreender os efeitos específicos em diferentes segmentos do mercado”, completou.
A comparação entre os diferentes setores mostra que o setor de serviços teve alta de 6% enquanto a indústria registrou índice negativo de 5,1%.
Os dados econômicos são referentes aos três primeiros trimestres do ano, sendo necessário aguardar o final de dezembro para ter a informação completa de 2023.
Inadimplência
A inadimplência teve uma queda acentuada no mês de outubro de 2023, alcançando 3.1%. Os patamares vinham oscilando de 6% a 8% de janeiro até setembro. Os maiores credores são os bancos (59,3%), seguidos de fornecedores de água e luz (13,2%). O comércio aparece logo atrás, com 9,4%.
Emprego
No contexto gaúcho, as projeções para o encerramento de 2023 revelam uma perspectiva otimista com a expectativa de uma queda na taxa de desemprego e um aumento na renda média da população. Apesar desses indicadores positivos, explica Pioner, é importante notar que a inadimplência continua a crescer, embora a taxas substancialmente inferiores às observadas no início do ano.
Ainda assim, a evolução do panorama do consumidor aponta para um ambiente propício ao consumo. A redução do desemprego e o aumento da renda média contribuem para fortalecer a capacidade de compra da população, sinalizando uma possível retomada do dinamismo econômico no estado. Segundo o presidente do órgão, é fundamental acompanhar de perto essas tendências, pois elas têm implicações significativas tanto para o mercado quanto para a qualidade de vida dos cidadãos gaúchos.
Projeção
A projeção do ano de 2024 ante o ano de 2023, segundo o Boletim Focus, mostra que o comércio e serviços pode ser o setor com crescimento mais expressivo, tendo a previsão de alta de 1,8%. Após, aparecem indústria, com 1,4%, e agropecuária, com 1,3%. A atividade econômica do Rio Grande do Sul apresentou forte oscilação nos últimos anos em função do choque pandêmico em 2020 e de choques climáticos em 2022 quando houve forte estiagem.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul