Imprevisibilidade. Foi desta forma que o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa iniciou sua saudação no almoço de final de ano com a imprensa, quando a entidade fez um balanço do ano e falou sobre as expectativas em relação ao próximo. O encontro, nessa quinta (7), trouxe novas palavras para pensar o futuro: gestão e confiança.
Ele explicou que a imprevisibilidade se refere ao momento que vivemos, tanto no cenário estadual como no País e falou sobre o potencial de medidas que inviabilizam setores inteiros, agravam a desindustrialização e trazem novamente o fantasma do desemprego.
O presidente registrou, na sua fala à imprensa, a carência de melhorias no ambiente de negócios e enfatizou a necessidade de uma gestão com os recursos públicos disponíveis para ampliar a arrecadação sobre uma base maior com alíquotas menores. “Seria possível a partir de uma agenda convergente permanente entre entidades empresariais, governo do Estado e Parlamento”, concluiu.
Ele lembrou que não faltam exemplos da capacidade de gestão pública e privada dos empreendedores gaúchos. “Precisamos priorizar a abertura de canais de interlocução entre os setores público e privado” disse, lembrando que esta seria a forma de trazer segurança e previsibilidade através da construção conjunta das políticas públicas necessárias para aproveitar a janela de oportunidades de centenas de bilhões de reais em projetos que poderiam ser investidos em nossa terra com um ambiente mais acolhedor e menos hostil.
No consolidado dos números, apresentado pelo vice-presidente de economia, Fernando Marchet, o crescimento da economia brasileira em 2023 foi fundamentado em questões pontuais como a produção agrícola e as exportações.
A previsão é de fechar 2023 com uma alta do PIB nacional em 2,8%. Para o próximo ano, a expectativa é de crescimento de 1,3% no país. No Rio Grande do Sul a economia deve fechar o ano com uma alta de 2,68% e para 2024 a previsão de crescimento é de 4,3%. O crescimento apontado revela que foi fundamentado numa base de economia baixa.
Sobre as perspectivas de política macroeconômica, o vice-presidente destaca um ambiente externo desafiador, com mais incertezas que o normal, juros artificialmente reduzidos, PIB incentivado por investimentos públicos, ativismo econômico, risco de aumento do endividamento em relação ao PIB, a necessidade de aumento de impostos para sustentação fiscal e a utilização de bancos públicos para medidas parafiscais.
Ao analisar as expectativas, desafios e condições de Governo para o próximo ano, Marchet destacou que a política monetária deverá seguir restritiva nas economias desenvolvidas em 2024 para combater a inflação que segue acima da meta.
Ele destacou ainda que o governo federal gastou bastante nesse ano, atingindo cifras recordes, mas que esses recursos ajudaram a movimentar a economia.
“O governo não vai arrecadar tudo que precisa e todos nós vamos pagar mais impostos”, explicou.
Disse que o crescimento brasileiro depende de alguns condicionantes como as reformas tributárias e administrativas, sendo que a tributária, que deveria promover a simplificação do sistema com a substituição gradual de impostos, lastimavelmente já está promovendo uma corrida pelo aumento de impostos.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul