O mercado automotivo brasileiro está prestes a concluir o ano de 2023 com uma surpreendente taxa de crescimento de 8,8% nas vendas, atingindo a marca de 2 milhões e 290 mil carros comerciais leves, caminhões e ônibus vendidos, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Este avanço é atribuído, em grande parte, às compras efetuadas por locadoras de veículos, que representaram 30% do volume total de vendas.
Em entrevista exclusiva à Jovem Pan News, o presidente da Anfavea, Márcio Lima, destacou o papel decisivo das locadoras no desempenho do setor. “De uma forma geral, percebe-se um aumento maior na venda para as locadoras, porque muitos consumidores acabaram migrando para os aplicativos e outras formas de locação, mas o mercado está se recuperando e, naturalmente, com a redução da taxa de juros, haverá um crescimento, frisa Lima.
Apesar do crescimento nas vendas, a produção nacional manteve-se estável, com uma leve queda de 0,5%, resultando em 2 milhões e 359 mil veículos fabricados. Lima ressaltou um desafio crucial enfrentado pelo setor, relacionado aos custos de financiamento elevados no país: “Tivemos no início do ano uma taxa e um custo de financiamento da ordem de 30% para o consumidor final. É impensável que se tenha um aumento nessas vendas com esse custo de financiamento elevado. É natural. O setor precisa de financiamento para alavancar as suas vendas para o consumidor.”
Além das questões financeiras, o mercado automotivo brasileiro enfrenta uma transição tecnológica marcante, com a ascensão dos veículos híbridos e elétricos. O ano de 2023 testemunhou o recorde de importação de 90 mil unidades desses veículos, levando as montadoras locais a solicitar ao governo o retorno da tarifa de importação para veículos.
O presidente da Anfavea enfatizou a necessidade de impulsionar as exportações e expressou preocupação com as importações massivas, que alcançaram 306 mil unidades em 2023. Este aumento nas importações, principalmente da China, prejudica a indústria nacional. O Brasil, tradicionalmente exportador, enfrentou uma redução nas exportações, perdendo 100 mil unidades apenas no mercado argentino, seu principal parceiro.
Para enfrentar esse cenário, o governo autorizou a cobrança de uma taxa de importação de 12% a partir de janeiro de 2024, com a expectativa de retornar ao patamar original de 35% até julho de 2026. Estas medidas visam proteger a indústria nacional e preservar acordos comerciais com países como Argentina, México, Colômbia, Chile e Uruguai, que representam 77% das importações brasileiras.
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