O governo gaúcho firmou, nesta quarta-feira (20), convênio pioneiro com a Fundação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs) para compra de equipamento para detecção precoce de Alzheimer.
O objetivo central é que o estudo resulte em um exame disponibilizado à população. Além disso, o projeto também tem o intuito de reduzir o custo do diagnóstico precoce e o subdiagnóstico de demências na atenção primária, contribuindo com a qualidade de vida de indivíduos idosos.
Estudos baseados na literatura da América do Norte e da Europa apontam a hipótese de que aproximadamente 25% a 30% da população idosa pode ser positiva para esses marcadores que indicam maior risco para desenvolvimento do Alzheimer.
Por meio do Programa Avançar, o contrato prevê o repasse de R$ 1,4 milhão do Piratini para a aquisição de um novo dispositivo que será essencial para o desenvolvimento de estudo com abrangência estadual.
A médio prazo, o objetivo é utilizar os dados científicos para implementar um plano nacional de diagnóstico precoce da doença de Alzheimer no Sistema Único de Saúde (SUS).
Coordenado pelo Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ICBS/UFRGS), em parceria com o Instituto do Cérebro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o projeto busca prevenir e atenuar a progressão da Doença de Alzheimer antes do aparecimento de sintomas, identificando fatores de risco. O equipamento, chamado de Elisa Ultrassensível (Simoa® HD-X Analyzer da empresa Quanterix), possibilitará determinar biomarcadores positivos da doença em indivíduos neurologicamente saudáveis.
A primeira fase do estudo consiste na coleta de sangue de 3 mil voluntários e será a base para o acompanhamento da pesquisa. Os voluntários são oriundos de dez municípios gaúchos: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Osório, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Veranópolis.
De acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, Eduardo Zimmer, esses marcadores específicos poderão indicar o risco para desenvolvimento de Alzheimer em pessoas que ainda não apresentam predisposição aparente. “Estamos há alguns anos batalhando por esse momento e seremos o primeiro Estado a desenvolver um estudo com esta magnitude. A meta é aperfeiçoar um protocolo de diagnóstico precoce que será feito a partir de um exame de sangue simples”, explicou o professor.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul