Convênio assinado entre a Secretaria de Saúde do Estado e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesta semana, vai possibilitar que a instituição adquira um moderno equipamento de análise ultrassensível, a ser utilizado em pesquisas e estudos para diagnosticar o Alzheimer precocemente. A parceria entre a universidade e o governo gaúcho foi possível após mobilização coordenada pelo deputado estadual Eduardo Loureiro (PDT).
Com o equipamento, que será comprado nos Estados Unidos a um custo de R$ 1,3 milhão e deve ser entregue nas primeiras semanas de janeiro, as pesquisas coordenadas pelo professor Eduardo Zimmer, no Instituto de Ciências da Saúde da UFRGS, ganharão impulso e a partir delas, pode estar disponível em breve, no SUS, um serviço de exames de sangue que podem indicar se uma pessoa poderá ter, ou não, a demência do Alzheimer quando atingir uma idade avançada, podendo com isso fazer todos os tratamentos preventivos.
“Seremos o primeiro estado do Brasil a ter um programa dessa importância. Queremos agradecer o governo pela sensibilidade e ao deputado Loureiro por levar adiante essa luta”, destacou Zimmer durante assinatura do convênio, ao lado da secretária Arita Bergamann e da presidente da Fundação UFRGS, Ana Facchini.
O objetivo central é que o estudo resulte em um exame disponibilizado à população. Além disso, o projeto também tem o intuito de reduzir o custo do diagnóstico precoce e o subdiagnóstico de demências na atenção primária, contribuindo com a qualidade de vida de indivíduos idosos.
Estudos baseados na literatura da América do Norte e da Europa apontam a hipótese de que aproximadamente 25% a 30% da população idosa pode ser positiva para esses marcadores que indicam maior risco para desenvolvimento do Alzheimer.
A primeira fase do estudo consiste na coleta de sangue de 3 mil voluntários e será a base para o acompanhamento da pesquisa. Os voluntários são oriundos de dez municípios gaúchos: Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Osório, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Veranópolis.
De acordo com Zimmer, esses marcadores específicos poderão indicar o risco para desenvolvimento de Alzheimer em pessoas que ainda não apresentam predisposição aparente. “Estamos há alguns anos batalhando por esse momento e seremos o primeiro Estado a desenvolver um estudo com esta magnitude. A meta é aperfeiçoar um protocolo de diagnóstico precoce que será feito a partir de um exame de sangue simples”, explicou o professor.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul