O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) alcançou em 2023 uma marca histórica no Rio Grande do Sul: R$ 2,01 bilhões em financiamentos para novos empreendimentos no Estado. O montante é quase 29% maior que o total contratado no ano anterior (R$ 1,562 bilhões), com destaque para projetos em inovação, armazenagem de grãos e geração de energia mediante fontes renováveis.
Com impacto direto no comportamento da economia gaúcha, a cadeia do agronegócio (produtores rurais, cooperativas e agroindústrias) outra vez fechou com os maiores volumes em termos de novos investimentos. Ao todo, o agro demandou R$ 1,488 bilhão em novos financiamentos.
Os principais investimentos contratados ao longo de 2023 estão destinados para cooperativas agroindustriais (R$ 475 milhões) e ampliação da capacidade de armazenagem (R$ 389 milhões). A soma para o segmento considera também projetos de agricultura de baixo carbono (R$ 98 milhões) e equalização do Plano Safra, entre outras linhas de financiamento voltadas a quem produz no campo.
Na avaliação do vice-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, o resultado histórico alcançado no ano passado reafirma o compromisso do banco com os setores estratégicos ao desenvolvimento do Estado e de toda a Região Sul:
“Tivemos um ano de muitos desafios por conta das emergências climáticas, em especial para a economia gaúcha, mas o volume de operações mostra a confiança dos nossos empreendedores. O papel do banco é ser esse parceiro importante de quem produz e gera novas oportunidades”.
Sustentabilidade
Para geração de energia com fontes renováveis e projetos de iluminação pública e de ganhos em eficiência energética, os novos investimentos com apoio do BRDE somaram R$ 533 milhões apenas no Rio Grande do Sul no ano passado. Em 2022, esse total foi de R$ 218,2 milhões. O maior avanço ocorreu na geração de energias limpas, que alcançou R$ 479,8 milhões (R$ 155,5 milhões em 2022).
Como maior operador nacional de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em favor de micro, pequenas e médias empresas na Região Sul, o BRDE fechou 2023 triplicando os investimentos em inovação no Rio Grande do Sul.
O volume de novos investimentos no Estado com recursos do órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ultrapassou R$ 164 milhões para projetos que agreguem novas soluções tecnológicas de diferentes setores produtivos – em 2022 foram R$ 43,7 milhões.
No acumulado dos últimos cinco anos, o volume nominal de investimentos no Rio Grande do Sul financiados pelo BRDE ultrapassou a marca de R$ 6,6 bilhões. Com mais de 39 mil clientes, o banco fechou o ano com uma carteira de crédito ao redor de R$ 17,8 bilhões.
Recursos internacionais
O processo de diversificação das fontes de financiamento mostrou resultados práticos no ano passado. Do total de R$ 2 bilhões em novas operações no Rio Grande do Sul em 2023, R$ 443,7 milhões contaram com funding internacionais (R$ 165 milhões no ano anterior).
“Em torno de 23% dos nossos recursos têm origem na parceria com agentes estrangeiros, o que demonstra o nível de solidez e confiança que o BRDE alcançou. Mas acima de tudo, ampliam-se as opções de financiamento com as quais o banco opera, fortalecendo uma atuação alinhada à sustentabilidade”, frisou o diretor de Planejamento, Leonardo Busatto.
Ele acrescenta: “As relações com os bancos internacionais serão importantes nos desafios diante da transição climática, em especial no apoio aos municípios mais afetados por desastres naturais”.
Desempenho por setor
Considerando-se os setores econômicos, as áreas do comércio e serviços lideraram as novas operações no ano passado: R$ 634,5 milhões (crescimento de quase 50% ante 2022, que somou R$ 424,6 milhões). O maior salto foi no setor de infraestrutura, que passou dos R$ 209,8 milhões para R$ 456 milhões no ano passado, uma alta de 117% em novos projetos.
Já o setor agropecuário fechou o período com R$ 473,3 milhões em novos investimos (alta de 45% antes os R$ 325 milhões de 2022). Mesmo sendo o setor com maior volume de operações voltados aos projetos de inovação, a indústria foi o único setor a registrar um recuo no volume de financiamentos: R$ 447,9 milhões (em 2022 foram R$ 603 milhões).
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul